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    Governo de SP vai pedir isolamento de presos ligados ao PCC

    DE SÃO PAULO

    27/02/2014 20h02

    As secretarias de Segurança Pública e da Administração Penitenciária afirmaram nesta quinta-feira que vão pedir a transferência de quatro presos ligados à facção criminosa PCC para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), cumprido no presídio de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo.

    O pedido à Justiça ocorre depois da polícia descobrir um plano da facção para soltar os quatro presos que agora poderão ser transferidos. São eles: Willians Herbas Camacho, o Marcola; Cláudio Barbará; Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden; e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista.

    Rogério Cassimiro/Folhapress
    Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa PCC
    Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC

    O RDD do presídio de Presidente Bernardes prevê isolamento do preso 22 horas por dia, sem acesso ao noticiário e visitas íntimas.

    Uma investigação do Ministério Público divulgada em 2013 flagrou, em conversas telefônicas, ameaças de retaliação nas ruas caso os chefes da facção fossem para o RDD.

    "Nós estamos formulando pedido [de RDD] porque o documento [relatório de investigação sobre a fuga] vazou. Nós, com base no inquérito do Deic, vamos pedir ao juiz da execução que analise a situação e decrete o RDD do Marcola e dos outros três que seriam beneficiados com o resgate", afirmou Fernando Grella Vieira, secretário de Segurança.

    "Vou pedir inquérito [também] pela violação do sigilo legal, que é crime de quebra de dever funcional de sigilo, pelo vazamento desse relatório de inteligência", completou.

    O Deic (Delegacia Estadual de Investigações Criminais) está à frente das investigações sobre o plano de fuga e solicitará, nos próximos dias, a prisão temporária dos cinco membros da facção que estão soltos e participariam do plano de fuga.

    O plano incluía a utilização de dois helicópteros blindados camuflados com adesivos da Polícia Militar, para retirar os criminosos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (a 611 km de São Paulo), e um avião para a fuga do grupo para uma fazenda no Paraguai, passando primeiro pelo Paraná.

    As informações são de um relatório da inteligência das polícias Civil e Militar e do Ministério Público. As investigações começaram em janeiro de 2013, quando uma escuta flagrou Cláudio Barbará, integrante do segundo escalão do PCC, contando à sua mulher que a facção estava pagando um curso de pilotagem para três integrantes da facção.

    Um dos professores dos criminosos, segundo o relatório, foi Alexandre José de Oliveira Junior, copiloto de um helicóptero flagrado em novembro passado com 450 kg de cocaína em uma fazenda no Espírito Santo.

    O helicóptero usado na ocasião para transportar a droga era da empresa do deputado mineiro Gustavo Perrella (SDD), filho do senador Zezé Perrela (PDT-MG).

    Após a descoberta do plano de fuga, a segurança na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau foi reforçada pela polícia.

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