O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta sexta-feira (28) que a Sabesp não tem plano de racionamento para a região metropolitana, apesar de uma recomendação -que após ser publicada, na prática, tem poder de determinação- para que o volume de água que abastece a região seja reduzido.

Um grupo técnico formado por profissionais da ANA (Agência Nacional de Águas, federal) e do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica, estadual) recomendou a redução na captação de água no sistema Cantareira para o abastecimento da Grande São Paulo.

A diminuição exigida pelos técnicos é grande o suficiente para tornar inevitável o racionamento. Alckmin, no entanto, disse que a Sabesp não pretende reduzir o fornecimento de água para 8,8 milhões de pessoas na região metropolitana.

Questionado sobre o tema durante visita a Campinas, o governador negou que a companhia de saneamento do Estado já tenha um plano de racionamento.

"Não [há plano], porque a recomendação da ANA e do DAEE diz que ao longo do mês de março [o abastecimento] deve ser avaliado. Então vamos avaliar ao longo do mês de março", disse Alckmin.

O tucano disse acreditar que o programa de bônus criado pela Sabesp para estimular a redução do consumo e um remanejamento para que bairros hoje abastecidos pelo sistema Cantareira sejam servidos por outros reservatórios possam ser suficientes para evitar o racionamento.

"Chegamos a 3,2 m³/s de economia [com o bônus]. Como estávamos com um consumo de 33 m³/s ao dia no sistema Cantareira, baixou pra 30. Conseguimos economizar 10% em média e achamos que vamos ter economia ainda maior", disse Alckmin.

O governador afirmou também que, apesar das iniciativas anunciadas, o aumento do nível do sistema Cantareira dependerá da ocorrência de chuvas no próximo mês. "Nós tivemos dezembro, janeiro e fevereiro muito quente e muito seco. Vamos ver como é que se comporta o início de março. Também vamos depender um pouco do tempo."

Em nota à imprensa, o DAEE "refutou" as informações sobre o abastecimento de água e disse que o grupo técnico para gestão do sistema Cantareira tem apenas caráter consultivo e nem "sequer recomendou um dia especifico para eventual redução do volume de captação de água pela Sabesp".

"Vale lembrar que a hipótese de redução mencionada pela imprensa não implica, automaticamente, em restrição de consumo", prossegue a nota, tendo em vista outras ações da Sabesp e uso racional da água pela população.

Desde o início do mês, o sistema Cantareira registra o menor volume da história, ficando abaixo de 20%. Nesta sexta-feira, o nível do sistema estava em 16,4%.