A greve dos garis chega ao seu terceiro dia e o Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), ainda não se pronunciou sobre o acumulo de lixo na cidade.

Na noite de sábado, no primeiro dia de desfiles das escolas do Grupo Especial, Paes se recusou a comentar a paralisação dos garis com a imprensa. Os jornalistas insistiram várias vezes, mas ele apenas sorria. "E a greve da Comlurb, prefeito?". Silêncio. "O senhor já viu a imundície que está a cidade?". Nenhuma palavra.

A Folha pediu, por meio da assessoria de imprensa, um pronunciamento oficial no início da tarde deste domingo, mas até a publicação dessa reportagem ainda não havia tido retorno sobre a demanda.

Ontem pela manhã a Comlurb não havia reconhecido a greve dos garis. De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa na manhã de domingo, a empresa municipal "mantém sua rotina especial de limpeza programada para o período do Carnaval".

"Alguns pontos da cidade sofreram interferência de membros de um grupo de grevistas sem representatividade nem ligação com o sindicato reconhecido da categoria e com movimento considerado ilegal pela Justiça do Trabalho, o que dificultou e atrasou a realização dos serviços nestes locais", diz ma Comlurb em nota.

Segundo a assessoria de imprensa, a Comlurb conta com 15 mil funcionários, dos quais 1.880 estão escalados para a operação do Carnaval. A empresa, que informou que está em plena campanha salarial, não soube dizer quantos são os grevistas. Rompidos com o sindicato, os grevistas afirmaram à Folha que 40% de todo o efetivo da Comlurb está parado.

Enquanto o impasse não é resolvido, a cidade continua, pelo terceiro dia seguido, coberta de lixo.