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    Rio de Janeiro

    Garis protestam e chamam colegas a aderirem à paralisação no Rio

    BRUNA FANTTI
    DO RIO

    04/03/2014 15h18

    Após realizar uma manifestação pelo centro do Rio, um grupo com aproximadamente 300 garis em greve decidiu seguir de metrô até a zona sul para tentar intimidar outros profissionais da Comlurb (companhia limpeza urbana) que estão limpando as ruas do bairro de Ipanema.

    Às 14h45, os grevistas estavam embarcando na estação de metrô próxima à Prefeitura do Rio (onde eles estavam concentrados) para seguir até a praça General Osório, em Ipanema. Eles pretendem iniciar uma passeata pela rua Visconde de Pirajá, uma das principais vias do bairro.

    Em greve há quatro dias, os garis iniciaram um protesto na Central do Brasil pela manhã e seguiram pela avenida Presidente Vargas até a sede do governo.

    Policiais do Batalhão de Choque da PM acompanham a movimentação no local. Eles formaram um cordão de isolamento para impedir que os grevistas se aproximem da entrada principal do prédio da administração municipal.

    Sérgio Rangel/Folhapress
    Lixo ainda fica acumulado na avenida Vieira Souto, na praia de Ipanema; garis protestam e chamam colegas a aderirem à paralisação
    Lixo ainda fica acumulado na avenida Vieira Souto, na praia de Ipanema; garis voltam a protestar

    No início da manhã, a Comlurb comunicou a demissão de 300 funcionários que deveriam ter voltado ao trabalho no turno da noite de ontem.

    Um acordo firmado entre a Comlurb e o sindicato da categoria estabeleceu um reajuste de 9% para os 15.000 garis da cidade. Após a negociação do aumento na tarde de ontem, a companhia exigiu que os funcionários voltassem imediatamente ao trabalho.

    Mesmo assim, a empresa detectou falta de 300 garis no turno da noite de segunda-feira. Todos serão demitidos.

    "É uma forma de intimidação, isso é boato, ninguém foi demitido. E por que seriam só 300? São milhares em greve. Não faz sentido", afirmou William Oliveira, um dos integrantes do movimento grevista.

    Em entrevista a rádio CBN, Vinícius Roriz, presidente da Comlurb, informou que as faltas de hoje também já estão sendo levantadas e novas demissões serão anunciadas em breve.

    Os garis concentrados hoje em frente à prefeitura dizem estar determinados a prosseguir com a paralisação.

    Iniciada na última sexta-feira (28), a paralisação está sendo conduzida por um grupo de dissidentes, que reivindica aumento do salário base de R$ 800 para R$ 1200, além do pagamento integral das horas extras nos fins de semana.

    O sindicato da categoria -que negociou o reajuste de 9% com a prefeitura- não aprovou a paralisação durante o carnaval.

    Um grupo de garis, no entanto, decidiu ir contra a decisão do sindicato e planejou a interrupção dos serviços em pontos cruciais do carnaval carioca. A estratégia foi suspender a limpeza, principalmente, em áreas que concentram atividades ligadas ao carnaval.

    O ponto mais afetado é o centro da cidade, com grande número de blocos de rua e onde está situado o sambódromo do Rio. Há quatro dias não há limpeza urbana nesta região.

    Ruas e avenidas, como a Presidente Vargas, via de acesso dos carros alegóricos até a Marquês de Sapucaí, permanecem com pilhas de lixo, que chegam a ter mais de um metro de altura.

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