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    Rio de Janeiro

    Prefeitura do Rio acerta com blocos contratação de limpeza privada

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    07/03/2014 17h10

    A Prefeitura do Rio fechou com três dos 42 blocos de Carnaval que vão desfilar neste final de semana a contratação de garis terceirizados para limpar as ruas da cidade após a passagem dos foliões.

    Ficou acertado que o patrocinador oficial do Carnaval de rua, a cervejaria Ambev, contratará 175 garis para recolher o lixo nos blocos Mulheres de Chico e Bafafá, que desfilam sábado respectivamente no Leme e em Ipanema, e no Monobloco, que desfila domingo, no centro.

    O objetivo da Prefeitura do Rio, que colocará contêineres para recolher lixo nas proximidades de onde esses blocos desfilam, é fechar acordo semelhante com pelo menos dez cordões dos que sairão no final de semana.

    A medida foi a única ação concreta que saiu de reunião, realizada nesta sexta-feira (7), entre a Riotur, empresa da secretaria municipal de Turismo do Rio, responsável pela organização do Carnaval da cidade, e dez dos 42 blocos que desfilarão na cidade no encerramento do Carnaval.

    Os blocos se comprometeram a fazer um trabalho de conscientização do folião para que ele evite jogar lixo no chão, com campanhas nas redes sociais e com avisos ao vivo no momento do desfile.

    A informação foi passada à imprensa pelo secretário municipal de Turismo do Rio, Antônio Pedro Figueira de Mello, após a reunião. Segundo a representante do Monobloco, Maria Clara Ferreira, a prefeitura sugeriu ainda que os integrantes dos blocos, após a passagem do cortejo, façam mutirão de limpeza e eles mesmos catem o lixo deixado pelos foliões.

    Segundo ela, foi sugerido que os próprios integrantes dos blocos, como músicos, cordeiros e pessoal da produção, coloquem a mão na massa com vassouras e sacos de lixo fornecidos pela Riotur. A efetiva aplicação ainda não está acertada e depende da aceitação das pessoas que já vão trabalhar na realização do cortejo.

    O secretário não havia citado essa medida quando falou com a imprensa pela primeira vez. "A ideia é que quando terminar o desfile a Riotur vai providenciar junto com a Comlurb vassouras e sacos de lixo para que nós mesmos, quem trabalha, quem toca, os cordeiros, tentemos fazer um mutirão de limpeza", afirmou Ferreira.

    Segundo ela, não haverá contrapartida financeira para os funcionários do bloco participarem da limpeza da cidade. "É uma ideia que acabou de surgir. A gente nem sabe o que que precisa de material para isso", disse a representante do Monobloco.

    Após a fala de Ferreira, o secretário, que já havia se despedido dos jornalistas, voltou a falar com a imprensa. Questionado sobre a obrigatoriedade ou não do mutirão, o secretário desconversou. Disse que se "os blocos quiserem, a prefeitura irá fornecer as vassouras e sacos de lixo".

    "Todos que estão ali curtindo e pulando o Carnaval têm que ter a responsabilidade de cuidar de seu próprio resíduo. Então, nada mais natural que os blocos sejam parceiros nesse momento e cuidem do lixo gerado pelos foliões. Se os blocos pedirem materiais, como vassouras ou sacos de lixo, nós iremos fornecer", disse Mello.

    Diante da resposta vaga, os jornalistas insistiram na questão do mutirão. "Eu acho que [um mutirão] é nada mais que natural. No momento em que a cidade vive, a participação de cada um, limpando e cuidando de seu resíduo, é a melhor maneira de cuidar da nossa cidade", disse.

    Um jornalista chegou a perguntar se a prefeitura daria vassouras para foliões voluntariamente se apresentarem para ajudar. A pergunta foi tratada como deboche pelo secretário que foi embora sem responder.

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