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    'Não é uma greve; é um motim', diz prefeito do Rio sobre paralisação de garis

    BRUNO CALIXTO
    DO RIO

    08/03/2014 13h50

    No oitavo dia da greve dos garis do Rio de Janeiro, uma manifestação em frente à Central do Brasil, no centro da cidade, reuniu cerca de 150 manifestantes desde a manhã deste sábado (8). A convocatória partiu da Comissão de Greve dos Garis que pleiteia reajuste salarial de 50% para a classe – um salário-base de R$ 1.200, mais 40% de insalubridade e R$ 20 de alimentação diária.

    No ato, o microfone foi aberto a líderes sindicais de outras categorias que estavam presentes, como petroleiros, professores, metalúrgicos e bancários, além de representantes de partidos políticos, como PSTU e PCB. Às 12h30, eles iniciaram uma caminhada em direção ao Tribunal Regional do Trabalho, também no Centro. No total, 80 homens acompanham o protesto e, até o início da tarde, não havia registro de confrontos.

    "O acordo assinado entre o sindicato e a prefeitura é ilegal porque não atende ao que pedimos. O sindicato nos abandonou, por isso vamos voltar a conversar na terça. O que estamos querendo não é nenhum absurdo, apenas um salário digno", ressalta Célio Viana, um dos dez da Comissão.

    Em entrevista a rádio e a TVs, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) disse não ser possível afirmar quando a situação da coleta de lixo se normalizará, mas estimou que serão necessárias ao menos 72 horas depois da volta dos garis ao trabalho. Paes também não reconheceu a legitimidade do movimento.

    "Eu não chamaria de greve. É um motim de um grupo de pessoas que inclusive coage os que querem trabalhar. Greve é convocada pelo sindicato", disse o prefeito. "Você tem a absoluta maioria dos garis trabalhando, mas há coação ao trabalho deles, ataques coordenados. Isso não é coisa de gari, tem motivação política."

    Os garis em greve contestaram a declaração de Paes. "Somos um país democrático, temos direito a manifestar, e é o que estamos buscando", diz o gari Nilton Lopes.

    Segundo a Comlurb, o Ministério Público do Trabalho antecipou para a tarde de hoje uma reunião de negociação que estava marcada para a próxima terça.

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