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    Justiça manda isolar Marcola por 60 dias em presídio no interior de SP

    DE SÃO PAULO

    11/03/2014 10h25

    O Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou, na manhã desta terça-feira (11), que Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, será transferido para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). A informação havia sido confirmada antecipadamente pelo advogado que defende o chefe do PCC em entrevista à Folha.

    Marcola, que está preso em Presidente Venceslau (611 km de São Paulo), deverá cumprir pena de 60 dias no regime em um presídio no município de Presidente Bernardes.

    A decisão de transferir o criminoso para o RDD foi dada pela 5ª Vara de Execuções Criminais e atende um pedido da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e da SSP (Secretaria de Segurança Pública) feito após o vazamento de um suposto plano de resgate.

    Rogério Cassimiro/Folha Imagem
    Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa PCC
    Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC

    Segundo o TJ, esta é uma medida cautelar, ou seja pode ser questionada pela defesa de Marcola. Durante o período que o criminoso estiver no RDD, o tribunal vai analisar mais provas sobre o plano de fuga do criminoso.

    Marcola deverá ficar 22 horas isolado em uma cela. Marco Antônio Arantes de Paiva, advogado do criminoso, nega envolvimento do seu cliente no caso e diz que recorrerá da decisão.

    Outros três membros da quadrilha de Marcola, também deverão ser transferidos para o RDD. Cláudio Barbará, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista também são suspeitos de participar de um suposto plano de fuga da prisão.

    O plano, segundo a versão oficial, era investigado desde janeiro de 2013. Seriam usados dois helicópteros para tirar os criminosos do presídio e levá-los ao Paraguai, passando pelo Paraná.

    Marcola já esteve outras vezes internado no RDD. Nesse regime, o preso fica em cela individual, sem acesso a noticiário, sem direito a visitas íntimas e com apenas duas horas diárias de banho de sol.

    No ano passado, o Gaeco, grupo de promotores que investiga o crime organizado, interceptou conversas telefônicas em que membros do PCC ameaçavam fazer "greve branca" nos presídios caso seus chefes fossem para o RDD.

    A "greve" consistiria em não comparecer a audiências ou outras atividades. Se as autoridades revidassem, diziam as gravações, a facção promoveria ataques nas ruas.

    PEDIDO NEGADO

    Na última sexta-feira, a Justiça negou um outro pedido de isolamento de Marcola e de outros três criminosos., feito pela Promotoria no ano passado, após investigação do PCC com escutas telefônicas.

    Na ocasião, o Gaeco, grupo de promotores que investiga o crime organizado, solicitou a transferência de Marcola e de outros 34 membros do PCC para o RDD. O pedido para o isolamento de Marcola foi negado em primeira instância, pois o juiz entendeu que a conduta atribuída a Marcola era comum a vários presos e de conhecimento das autoridades havia muito tempo.

    As gravações que embasaram o pedido haviam sido feitas entre 2009 e 2012.

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