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    Polícia indicia membros do PSTU e PSOL por protestos de junho no RS

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    14/03/2014 13h12

    A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou sob suspeita de formação de milícia privada sete pessoas que participaram de uma manifestação em Porto Alegre em junho do ano passado, incluindo um militante do PSTU e outro do PSOL.

    Eles são suspeitos também de danos ao patrimônio e emprego de artefatos explosivos.

    O delegado responsável, Marco Antônio Souza, diz que os indiciados "idealizaram depredações" em meio à manifestação.

    O crime de formação de milícia privada foi incluído no Código Penal em 2012 e tem pena de até oito anos de prisão. Prevê punição para quem "constituir, organizar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular ou esquadrão" para praticar crimes. A pena é mais pesada do que a imposta à formação de quadrilha.

    "Pessoas se aproveitaram do movimento para praticar violência. Havia um grupo que, de forma sistemática, queria levar as manifestações para um caráter violento. Não foram identificados manifestantes, mas sim depredadores", diz Souza.

    O protesto investigado ocorreu no dia 27 de junho e foi promovido na praça onde ficam a sede do governo gaúcho, a Assembleia e o Palácio da Justiça. Um trio elétrico havia sido levado ao local para apresentações musicais.

    Após um começo pacífico, jovens que estavam na praça começaram a atirar pedras e rojões em direção a policiais militares, provocando um confronto. Carros e prédios acabaram depredados pelo centro da cidade.

    O ato havia sido convocado pelo Bloco de Luta pelo Transporte, que reúne entidades que pedem o passe livre.

    Entre os indiciados, estão os ex-candidatos a vereador Lucas Maróstica (PSOL) e Matheus Gomes (PSTU), que são líderes estudantis e do Bloco. No ano passado, a polícia já havia feito ações de busca e apreensão nas casas dos dois.

    PERSEGUIÇÃO

    Maróstica e Gomes criticaram o indiciamento, negaram ter cometido crimes e afirmaram que vão continuar as mobilizações.

    "É uma perseguição política. É um completo absurdo e uma tentativa de desmobilizar o movimento", disse o militante do PSOL à Folha.

    A ex-deputada Luciana Genro (PSOL) afirma que o inquérito quer criminalizar movimentos sociais.

    Na época das ações de busca e apreensão, o governador Tarso Genro (PT) se mostrou contrariado com a investigação e convidou líderes do PSTU e do PSOL para um encontro no palácio.

    Maróstica, Gomes e outros representantes do Bloco de Luta foram recebidos por Tarso no dia em que ocorreu o protesto investigado.

    A polícia gaúcha já indiciou 93 pessoas em investigações sobre os protestos de 2013. Entre os crimes apontados, estão roubos e danos ao patrimônio.

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