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    Análise: Governos pelo mundo tratam o tema ambiental com relutância

    MARCELO LEITE
    DE SÃO PAULO

    15/03/2014 03h30

    O retrocesso dos temas ambientais, mudança do clima em destaque, não é só paulistano, mas também estadual, nacional e global. Por quase toda parte os governos abordam o problema com relutância, e só alguns setores empresariais o levam a sério.

    No plano mundial, considere o exemplo do Reino Unido. Uma política agressiva de redução de emissões de gases do efeito estufa levou à adoção de um "orçamento de carbono", que acaba de cumprir com folga a meta de redução de 12,5% no período 2008-2012 (sobre os níveis registrados em 1990).

    No entanto, parte dessa diminuição se deve mais à crise econômica do que a um esforço real. E, de 2011 para 2012 houve 3% de aumento nas emissões britânicas.

    Por fim, o ministro das Finanças, George Osborne, lidera campanha para revisar para baixo as metas ambiciosas de cortar 50% até 2020 e 80% até 2050.

    A própria União Europeia já liderou com mais afinco a pressão internacional por medidas coordenadas contra o aquecimento global.

    Nos próximos meses deverá adotar objetivo conjunto, provavelmente um corte de 50% até 2030, mas só se outros países assumirem compromissos similares.

    AMAZÔNIA

    No Brasil, o governo federal vinha conseguindo manter a trajetória para realizar o objetivo de diminuir entre 36% e 39% as emissões nacionais até 2020.
    Isso foi possível sobretudo pela redução acelerada a partir de 2005 das taxas de desmatamento na região da Amazônia (historicamente responsável por cerca de 3/5 das emissões brasileiras).

    No período 2012-2013, contudo, o desmatamento voltou a subir (28%). Com isso, e com a crescente participação de usinas termelétricas na geração de eletricidade, as emissões devem recrudescer.

    O Estado de São Paulo adotou a meta de cortar em 20% suas emissões até 2020, sobre os níveis de 2005.

    Embora a mecanização da colheita da cana-de-açúcar contribua para reduzi-las, porque prescinde da queima de canaviais, os setores de energia e transportes caminham na direção oposta -como, de resto, no país inteiro.

    IMOBILIDADE

    Não poderia ser diferente na cidade de São Paulo, onde carros e ônibus movido a combustíveis fósseis seguem como espinha dorsal da (i)mobilidade urbana.

    Sem ter conseguido renegociar a dívida paralisante do município, não estranha que o prefeito Fernando Haddad (PT) na prática ignore os compromissos assumidos pelo seu antecessor, o prefeito Gilberto Kassab (PSD).

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