O comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da favela de Manguinhos, capitão Gabriel Toledo, foi baleado na noite desta quinta-feira (20) durante um confronto entre policiais e traficantes da comunidade, localizada na zona norte do Rio.
Policiais teriam sido atacados com pedras por moradores de um prédio abandonado, onde ocorria uma operação policial para desocupação do local. Traficantes que ainda estão presentes na favela à despeito da ocupação aproveitaram a confusão e dispararam contra a polícia, atingindo a coxa direita do capitão. Houve, segundo moradores, intensa troca de tiros.
O comandante deu entrada no Hospital Geral de Bonsucesso e depois foi transferido para o hospital da PM. Ele passará por cirurgia e seu estado de saúde é estável. Segundo o jornal Extra, outros três policiais foram baleados e um quarto ferido por uma pedrada. Um contêiner da UPP Arará/Mandela, que faz parte do complexo de Manguinhos, foi incendiado durante o confronto e parte da comunidade ficou sem luz.
O Batalhão de Choque foi acionado para a área. A Avenida Leopoldo Bulhões, que passa em frente à favela, chegou a ficar interditada nos dois sentidos por volta das 19h. Devido aos tiros, o ramal de trens de Saracurana ficou parado neste começo de noite.
Desde as 19h30, a reportagem não consegue contato com a assessoria de imprensa do comando da UPP.
ATAQUES COORDENADOS
Segundo o jornal "Extra", a sede UPP do Lins, zona norte, também foi atacada. Um tiro teria acertado a fachada da unidade e, segundo o jornal, ninguém ficou ferido. Há a suspeita de que os ataques da UPP do Lins e de Manguinhos na noite desta quinta-feira sejam coordenados.
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), divulgou nota em que diz os ataques são uma tentativa dos criminosos para enfraquecer a política que considera vitoriosa. Ainda em nota, Cabral afirmou que o se mantém firme de não sair, "em hipótese alguma", desses territórios.
SUBCOMANDANTE MORTO
Na última quinta-feira (13), o tenente Leidson Acácio Alves Silva, de 27 anos, subcomandante da UPP Vila Cruzeiro, foi morto ao ser baleado durante confronto com criminosos. Ele foi atingido por um tiro na cabeça enquanto a equipe fazia patrulhamento na favela Parque Proletário, no Complexo da Penha, zona norte do Rio, e foi surpreendida por bandidos armados.