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    Rio de Janeiro

    Governo autoriza envio de Forças Armadas ao Rio após ataques às UPPs

    TAI NALON
    DE BRASÍLIA

    21/03/2014 14h38

    A presidente Dilma Rousseff autorizou nesta sexta-feira (21) o envio de tropas federais para o Rio de Janeiro. Determinou também que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, investiguem na próxima segunda-feira, em visita ao Estado, qual a dimensão da crise de segurança no Rio de Janeiro.

    Ela esteve reunida com o governador fluminense Sérgio Cabral, o vice-governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão, e a cúpula da segurança pública do Rio, além dos ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante (Casa Civil). A reunião foi pedida pelo governador depois de uma série de ataques coordenados a quatro Unidades de Polícia Pacificadora na capital do Estado na noite de ontem.

    O governo do Estado reforçou o policiamento nas 38 UPPs da capital nesta sexta-feira. Há uma semana, a secretaria de Segurança do Rio investiga a ordem vinda de presídios federais e de unidades prisionais do Rio para uma onda de ataques a policiais militares, unidades policiais e UPPs.

    "Nós solicitamos, tivemos uma discussão muito profunda e produtiva e na segunda-feira o ministro José Eduardo Cardozo, o general De Nardi estarão às 10 horas da manhã no Centro Integrado de Comando e Controle para evoluirmos no que hoje avaliamos ser procedimentos importantes, que não posso adiantar às senhoras e aos senhores em função dos estudo preliminares que começar a ser feitos a partir desse momento pelo governo federal e pelo governo estadual", disse Cabral.

    Nem Cardozo nem Cabral disseram quais forças armadas atuarão no Rio ou se apenas a Força Nacional estará envolvidas na ação. "As perguntas que vocês tiverem sobre que forças irão intervir, em que condições vão intervir, onde vão intervir, eu não poderei responder, mas é que questões de segurança pública são tratadas sigilosamente, mas depois tanto eu quanto o governador Sérgio Cabral prestaremos as contas de tudo o que foi efetivamente feito e do nosso plano, mas ele tem que ser feito e executado", disse o ministro.

    Cardozo também negou que haja qualquer melindre por parte dos governos estadual e federal de que essa crise deságue durante a Copa do Mundo. A ação requisitada pelo Rio de Janeiro, disse ele, é imediata.

    "Nós também temos um plano para a Copa do Mundo. Nosso plano foi exaustivamente discutido com todos os Estados. Temos um excelente plano de segurança para enfrentar situações na Copa do Mundo. Então estamos muito seguros. Teremos uma excelente Copa com um excelente padrão de segurança. Teremos agora uma ação imediata no Rio, teremos uma reunião para avaliar isso e, desde já, mesmo antes da reunião, estamos juntos com o governador do Estado do Rio para avaliar a situação."

    Segundo Cabral, não há "qualquer constrangimento" em pedir apoio federal neste momento, pois o Estado, disse ele, verificou desde janeiro o crescimento na intensidade dos ataques às UPPs. "Todas as vezes nesses 7 anos e três meses que eu sou governador que nós precisamos das forças federais, elas foram efetivas, tanto no Ministério da Defesa, quanto no Ministério da Justiça. Todas as vezes houve resultado concreto. Nós avançamos, avançamos."

    CRISE DE SEGURANÇA

    A suspeita é que as ordens tenham sido trazidas ao Rio por advogados ou parentes destes detentos. Os chefes do Comando Vermelho estão nos presídios federais de Catanduvas (PR) e de Porto Velho (RO).

    A Polícia Civil já tem informações de que, no Rio, as ordens foram enviadas para quatro traficantes do Comando Vermelho: Cláudio José Fontarigo, 43, o Claudinho da Mineira; Ricardo Chaves Lima, 42, o Fu; Bruno Eduardo Procópio, 33, Piná; e Luís Cláudio Machado, 39, o Marreta.

    Ao receberem as ordens, segundo a polícia, esse grupo reuniu traficantes no morro do Chapadão, na zona norte do Rio, e traçou os planos dos ataques. As informações foram passadas à secretaria do Rio pelos setores de inteligência do Exército e da Marinha.

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