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    Mulher de 87 anos é atendida no chão em hospital de São Paulo

    ADRIANA CHAVES
    DO "AGORA"

    26/03/2014 04h00

    Após quase quatro horas de espera, uma mulher de 87 anos foi atendida no chão em um hospital estadual na zona sul de São Paulo.

    O caso ocorreu na última quinta-feira, no Hospital Geral de Pedreira. A paciente Rita Alexandre da Silva foi levada à unidade com uma carta de internação após passar por um posto de saúde.

    "Ela tinha muita dor abdominal", disse Maria das Dores Alexandre, 58.

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Maria das Dores Alexandre com a mãe, Rita, 87; idosa esperou por 6h em hospital e acabou atendida no chão
    Maria das Dores com a mãe, Rita, 87; idosa esperou por 6h em hospital e acabou atendida no chão

    Rita chegou às 9h44. Segundo Maria das Dores, o clínico geral só a atendeu por volta das 13h50 e indicou uma lavagem intestinal. "Ficamos no corredor. Depois, a enfermeira a levou para uma sala sem maca ou cama."

    O procedimento foi feito no chão. "Minha mãe ficou se debatendo nas fezes. Foi muito humilhante", contou a filha, que fotografou o atendimento com um celular.

    Maria das Dores ainda esperou cerca de 15 minutos. Quando soube que os exames só ficariam prontos às 21h, desistiu de esperar e resolveu levá-la para casa. "Não aguentei. Assumi a responsabilidade de ir embora."

    No dia seguinte, a comerciante levou a mãe ao Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara, também na zona sul.

    "Lá ela foi bem atendida, mas ela precisa de uma clínica. Não tenho como pagar uma particular e no Estado não há vaga", disse.

    Por meio de nota a Secretaria de Estado da Saúde informou que abriu sindicância para apurar o atendimento à paciente Rita Alexandre da Silva no Hospital Geral de Pedreira.

    Segundo a pasta, os funcionários envolvidos foram demitidos.

    OUTROS PROBLEMAS

    Ontem, pacientes se queixavam do hospital. A cozinheira Maria José Pessoa, 66, desistiu de esperar pelo atendimento do bisneto de um ano. Ela chegou às 10h à unidade e foi embora por volta das 12h30. "Ele está com alergia, mas não estão chamando ninguém. Vou procurar um posto", afirmou.

    O retorno ao ortopedista da filha de seis anos do motorista Alessandro José do Nascimento, 33, levou uma hora. "No dia em que ela torceu o pé, chegamos aqui às 17h e só saímos quase à meia-noite."

    A operadora de telemarketing Daiany Mota Kehdy, 24, grávida de oito meses, optou por ir para casa e voltar mais tarde para pegar resultados de exames após ser atendida por um ginecologista. "Estou com dor, não dá pra ficar esperando. Demora muito."

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