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    Rio de Janeiro

    Audiência do caso Amarildo é retomada no Rio; 25 PMs são acusados

    DO RIO

    26/03/2014 16h36

    A quarta sessão da audiência de instrução e julgamento do caso Amarildo foi retomada na tarde desta quarta-feira. Ao todo, 25 policiais militares são acusados pela tortura e desaparecido do ajudante de pedreiro Amarildo Dias, na favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio.

    Até agora, 10 testemunhas de acusação e pelo menos seis de defesa foram ouvidas. O primeiro a depor hoje, como testemunha de defesa, foi o delegado Ruchester Marreiros -que estava à frente da 15ª DP (Gávea) na época que Amarildo desapareceu, em julho do ano passado.

    Marreiros falou sobre a operação Paz Armada, que prendeu ao menos 10 pessoas na véspera do sumiço de Amarildo. Ele disse que não colocou no inquérito que o soldado Vital seria suspeito de matar o ajudante de pedreiro porque a informação foi passada por um traficante a um infiltrado da PM.

    Na ocasião, o delegado chegou a concluir no seu inquérito que Amarildo tinha sido sequestrado por traficantes e sua casa servia como "base" pelos criminosos da região, acusando ainda a mulher do pedreiro, Elizabete Gomes, de ligação com o tráfico na favela. Ele chegou a pedir a prisão de Elizabete, mas a Justiça não atendeu à solicitação do delegado.

    Após o fechamento do relatório policial, o delegado foi transferido para a DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) e mais recentemente foi realocado no cargo de adjunto na 12ª Delegacia de Acervo Cartorário).

    Os depoimentos são prestados à juíza Daniella Alvarez -da 35º Vara Criminal da capital. Elizabete Gomes da Silva, viúva da vítima, está entre as testemunhas de acusação. Ela só acompanhou as duas primeiras sessões da audiência.

    Na primeira audiência, em 20 de fevereiro, o titular da DH (Divisão de Homicídios), Rivaldo Barbosa, afirmou que os PMs acusados tentaram responsabilizar pelo crime pessoas que não estavam envolvidas no desaparecimento.

    A delegada-assistente da DH, Ellen Souto, também depôs no primeiro dia e disse que os acusados prometeram casas, compraram fraldas e deram dinheiro para moradores da Rocinha para que eles confirmassem que Amarildo teria sido assassinado por traficantes.

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