O secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, disse nesta quarta-feira (26) ser favorável à criação de um novo tipo de faixa exclusiva nas grandes avenidas da cidade.

A "segunda faixa", como ele definiu, ficaria ao lado das faixas de ônibus e seria destinada somente à circulação de táxis com passageiro, ônibus fretados, peruas escolares e carros de passeio com mais de um ocupante.

Durante reunião do Conselho Municipal de Transportes, ele disse que "talvez tenha chegado a hora de discutir pra valer" o assunto.

A ideia foi reforçada pelo engenheiro Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP. Em nome da Rede Nossa São Paulo, ele apresentou sugestões ao Plano de Mobilidade Urbana da cidade, em fase de debates no conselho.

O plano é uma exigência da Política Nacional de Mobilidade Urbana, lei federal de 2012 que exige o documento para as cidades grandes sob pena de vetar recursos federais para o setor.

Segundo Figueira, a medida deveria ser implantada em avenidas com mais de três faixas de circulação e também serviria para os ônibus municipais fazerem ultrapassagens.

"Isso é uma mudança de paradigma, pois significa valorizar o tráfego de pessoas e não o de veículos", disse.

Depois da apresentação, Tatto disse que a "segunda faixa" é só uma ideia, que ainda precisa ser debatida.

"Vejo com simpatia esse tipo de proposta, acho que é uma tendência. Mas nosso foco nesse momento não é esse, temos que consolidar a faixa exclusiva para o ônibus", afirmou.

Esse tipo de faixa surgiu na década de 1970 nos Estados Unidos, onde são conhecidas pela sigla HOV ("high-occupancy vehicle lane", ou faixa para veículos com alta ocupação). Hoje há exemplos semelhantes em diversas cidades de países desenvolvidos.

TÁXIS

Durante a reunião, taxistas pediram para que a prefeitura libere a circulação dos carros de praça nos corredores de ônibus e nas faixas exclusivas simultaneamente.

Desde o último dia 17, os táxis foram proibidos de circular nos corredores nos horários de pico, mas autorizados a trafegar em algumas das principais faixas.

Edmilson Sarlo, presidente da Associação Nacional das Cooperativas de Táxis, defendeu que se as faixas e corredores fossem liberados ao mesmo tempo, as interferências causadas pelos táxis iriam "se diluir por várias vias".

Tatto respondeu que as novas regras foram fruto de acordo com o Ministério Público, que ameaçava entrar com ação contra a prefeitura. Mas disse que estuda liberar mais algumas faixas aos táxis, entre elas a da av. Luiz Dumont Villares, na zona norte.