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    'Tolerância zero à violência contra a mulher', diz Dilma após divulgação de pesquisa

    DE SÃO PAULO

    28/03/2014 13h32

    A presidente Dilma Rousseff usou a sua conta no Twitter para dizer nesta sexta-feira (28) que a sociedade brasileira ainda tem muito o que "avançar no combate à violência contra a mulher". Ela também pediu "tolerância zero à violência contra a mulher". O comentário foi feito por conta da pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada ontem (27), que mostra que 65% dos brasileiros concordam que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".

    A pesquisa ouviu 3.810 pessoas de ambos os sexos entre maio e junho do ano passado.

    Dilma relatou ainda que a pesquisa mostrou que o "governo e a sociedade devem trabalhar juntos para atacar a violência, dentro e fora dos lares". Com as hashtags 'respeito' e 'lei Maria da Penha', a presidente também ressaltou ainda que o resultado da pesquisa "deixa claro o peso das leis e das políticas públicas no combate à violência contra a mulher".

    A pesquisa mostrou também que 58,5% dos entrevistados concordaram que, "se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros".

    A maioria (91,4%) dos entrevistados disse concordar com a frase: "homem que bate na esposa tem que ir para a cadeia".

    Entre as afirmações apresentadas aos entrevistados, está a de que "o que acontece com o casal em casa não interessa aos outros", que teve a concordância total de 58,4% e concordância parcial de 23,5%; a de que e "a mulher que apanha em casa deve ficar quieta para não prejudicar os filhos", com concordância de apenas 15,5%.

    "Os principais resultados aqui apresentados indicam uma ambiguidade nos discursos. O primado do homem sobre a mulher ainda é bastante aceito pela população, mas a violência física não é tolerada", afirma a conclusão do estudo. "No entanto, no que toca à violência sexual, a maioria das pessoas continua a considerar as próprias mulheres responsáveis, seja por usarem roupas provocantes, seja por não se comportarem 'adequadamente'", conclui a pesquisa.

    Um outro estudo também divulgado pelo Ipea estima que haja anualmente 527 mil tentativas ou casos de estupros no país, dos quais somente 10% são reportados à polícia.

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