Um grupo de 40 advogados voluntários, ligados ao IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), realiza neste sábado (29) um mutirão em um distrito policial de São Paulo para acompanhar prisões de suspeitos em flagrante.

A iniciativa, que deve ocorrer aos sábados por quatro meses em diferentes delegacias da capital, faz parte do projeto "Primeira Defesa". Hoje, os advogados fazem plantão no 49° DP (São Mateus), na zona leste.

Os advogados vão prestar assistência aos presos que chegarem ao DP, durante a elaboração do flagrante, acompanhando interrogatórios e elaborando pedidos de liberdade, por exemplo.

O objetivo do projeto é criar uma amostragem de casos de presos que tiveram acompanhamento de um advogado no flagrante para comparar com presos que não tiveram acesso a um defensor ainda na delegacia.

"Queremos ver principalmente os reflexos da presença do advogado em um futuro processo", afirma o presidente do IDDD, Augusto de Arruda Botelho.

Segundo Botelho, cerca de 70% a 80% dos presos em flagrante não têm acesso a defesa na delegacia.

O projeto, que conta com a assessoria de pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência da USP, pretende diagnosticar se a presença de um defensor na fase do inquérito policial resulta em um processo mais justo para o acusado.

A partir dos resultados, o IDDD poderá propor mudanças na lei para tornar obrigatória a presença de um advgado no momento do flagrante.