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    Dilma declara apoio a jornalista ameaçada após campanha antiestupro

    TAI NALON
    DE BRASÍLIA
    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    31/03/2014 16h18

    A presidente Dilma Rousseff manifestou seu apoio nesta segunda-feira (31) a campanha contra a violência contra a mulher. Em seu Twitter oficial, ela disse que "nenhuma mulher merece ser vítima de violência, seja física ou sob a forma de ameaça", ao declarar repúdio a ameaças contra a organizadora do ato.

    "A jornalista @nanaqueiroz se indignou com os dados da pesquisa do @ipeaonline sobre o machismo na nossa sociedade #respeiteasmulheres", disse Dilma. "Por ter se manifestado nas redes contra a cultura de violência contra a mulher, a jornalista foi ameaçada de estupro."

    Dilma disse que Nana Queiroz "merece toda minha solidariedade e respeito". "O governo e a lei estão do lado de @nanaqueiroz e das mulheres ameaçadas ou vítimas de violência #respeiteasmulheres", continuou.

    Nana conta que recebeu centenas de mensagens com ameaças de estupro e até falando para não recorrer à Delegacia da Mulher. Apesar disso, ela fala que faria o protesto de novo. "Faria mil vezes, até mais pelada ainda".

    "Houve mensagens negativas de mulheres também. Não com ameaças, mas coisas como 'não é mostrando o peito que você vai conseguir alguma coisa' e 'você me dá vergonha de ser mulher'", conta a jornalista.

    Após as ameaças, ela foi à delegacia, prestou uma queixa e levou o perfil de algumas pessoas que fizeram as ameaças. "Vai demorar seis meses pra eles começarem a identificar as pessoas. A legislação brasileira é muito atrasada no que diz respeito a crimes virtuais", desabafou a jornalista.

    João Fellet
    Jornalista Nana Queiroz, que organizou o protesto on-line de combate à violência contra a mulher
    Jornalista Nana Queiroz, que organizou o protesto on-line de combate à violência contra a mulher

    Na semana passada, pesquisa do Ipea revelou que 65% dos brasileiros concordam que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". O levantamento ouviu 3.810 pessoas de ambos os sexos entre maio e junho do ano passado.

    Na ocasião, a presidente defendeu "tolerância zero" à violência contra a mulher. Dilma relatou ainda que a pesquisa mostrou que o "governo e a sociedade devem trabalhar juntos para atacar a violência, dentro e fora dos lares".

    Com as hashtags 'respeito' e 'lei Maria da Penha', a presidente também ressaltou que o resultado da pesquisa "deixa claro o peso das leis e das políticas públicas no combate à violência contra a mulher".

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