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    Cubana que deixou Mais Médicos se muda para os Estados Unidos

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    01/04/2014 17h10

    A médica cubana Ramona Matos Rodriguez, 51, que deixou o programa Mais Médicos e buscou refúgio no Congresso Nacional, se mudou para os Estados Unidos. De acordo com nota da AMB (Associação Médica Brasileira) divulgada nesta terça-feira (1), a profissional desembarcou em solo norte-americano na manhã de ontem.

    A entidade ofereceu um emprego à Ramona em fevereiro, pouco depois de ela abandonar o programa federal. Na ocasião, além de solicitar o visto especial para médicos cubanos ofertado pelos Estados Unidos, Ramona também pediu refúgio ao Brasil.

    Em vídeo postado pela AMB, Ramona afirma que "depois de meses de sofrimento, de insegurança e desespero, por não saber o que se passaria com meu futuro, agora estou no país que mais recebe cubanos". Ela voltou a criticar o Mais Médicos, afirmando que os cubanos foram "enganados".

    "Nós pensamos que íamos receber o mesmo salário que todos os outros médicos estrangeiros que trabalhavam também nesse programa. Nós somos vigiados, nos violam o direito de liberdade, de movimento, de ir e vir por todo o país. (...) A todos os compatriotas cubanos, lhes digo: lutem por seus direitos", afirmou.

    Procurada, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirmou que não comentaria o caso.

    O presidente da AMB, Florentino Cardoso, afirmou por meio de nota que os profissionais brasileiros "nada têm contra os médicos estrangeiros". "Nosso posicionamento em relação ao Programa Mais Médicos está relacionado com a forma que médicos cubanos são contratados e vivem no país,com uma situação de trabalho que é análoga à escravidão", disse.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Ramona Matos Rodriguez mostra o protocolo do pedido de refúgio ao Brasil
    Ramona Matos Rodriguez mostra o protocolo do pedido de refúgio ao Brasil

    VISTO

    Desde 2006, os EUA oferecem um visto específico para esses profissionais. O chamado CMPP (Cuban Medical Professional Parole Program) é ofertado a todo médico cubano que esteja estudando ou trabalhando em uma missão num terceiro país e que não possua "quaisquer inelegibilidades que impediriam a admissão" nos Estados Unidos, segundo o site oficial do programa.

    "O serviço de imigração dos Estados Unidos pode exercer sua autoridade discricionária para permitir que cidadãos cubanos possam vir para os Estados Unidos", informa o governo norte-americano. Além de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de laboratório, além de treinadores esportivos, também estão habilitados a solicitar o visto.

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