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    Parque Augusta pode abrir em meio a obras de empreendimento imobiliário

    CAROLINA MATOS
    DE SÃO PAULO

    06/04/2014 03h50

    As incorporadoras Setin e Cyrela, sócias no projeto imobiliário conhecido como Parque Augusta, na capital paulista, propuseram à prefeitura entregar a área aberta ao público prevista no empreendimento antes mesmo da conclusão dos prédios.

    A iniciativa é uma forma de indicar à população que serão asseguradas as propostas de integração do projeto à cidade, preservação da área verde e manutenção do parque acessível a todos –questões que são colocadas em xeque por associações de moradores, que consideram o projeto polêmico.

    As empresas afirmam, porém, que, para iniciar qualquer trabalho na área de 24 mil metros quadrados no bairro de Cerqueira César, delimitada pelas ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, precisam que a prefeitura aprove o projeto, que está em avaliação.

    De acordo com as companhias, uma das versões do projeto, já liberada pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo), está em processo de aprovação por outros órgãos da prefeitura.

    Mas existe outra, mais elaborada, que depende de mudança de uma resolução do Conpresp para ser apresentada pelas incorporadoras.

    Os dois projetos preveem a preservação integral da mata nativa (cerca de 40% do terreno) e um parque aberto ao público. A diferença básica é a arquitetura dos edifícios (veja acima).

    No primeiro caso, a proposta é de duas torres residenciais e uma comercial de no máximo 40 metros de altura, o que é permitido hoje pelo Conpresp para o terreno. No segundo, as torres ficam mais altas, com cerca de 100 metros, mas passam a ser apenas duas, e mais estreitas.

    "Com isso, o empreendimento fica mais arejado e com mais área para trânsito da população", diz Antonio Setin, presidente da Setin.

    De acordo com o executivo, a mudança significa aumentar de 60% para 80% a área do terreno, incluindo a mata, que estará livre para circulação das pessoas.

    Jaime Flechtman, diretor de relações institucionais da Cyrela, acrescenta que o novo projeto para os prédios não aumentaria a área total construída a ser comercializada pelas empresas: 57 mil metros quadrados, entre apartamentos, salas comerciais, quartos de hotéis e lojas.

    "O tamanho é o mesmo. Apenas a arquitetura é que muda, beneficiando o público e tornando o projeto mais contemporâneo", afirma.

    PRAZOS

    Ainda de acordo com as companhias, pelo andamento das negociações com a prefeitura, um dos projetos deve ser aprovado ainda neste ano.

    "Temos convicção de que a resolução do Conpresp sobre o limite de construção vai ser alterada e vamos aprovar o segundo projeto", diz Antonio Setin. "Mas, se isso não acontecer e a prefeitura aprovar o primeiro, com menos área livre, vamos ficar com ele e construir."

    O investimento previsto pelas empresas nas obras, em ambos os projetos, sem contar o valor do terreno (cerca de R$ 200 milhões hoje), é de aproximadamente R$ 300 milhões. E o valor total de venda estimado do empreendimento é de R$ 700 milhões.

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