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    Fizeram roda para bater nele, diz amigo sobre morte de organizador de 'rolês'

    DE SÃO PAULO

    07/04/2014 16h03

    Amigos de um dos organizadores dos 'rolezinhos', Lucas Lima, 18, afirmaram nesta segunda-feira que o rapaz foi espancado por um grupo de pessoas após uma briga durante um baile funk, no sábado (5), na zona leste de São Paulo. Ele foi socorrido, mas morreu em decorrência dos ferimentos.

    O estudante William Santos, 17, afirmou que o rapaz foi sozinho ao baile funk na rua Terra Brasileira. Ele contou que ficou sabendo por pessoas do bairro que "Lucas foi atingido por um chute no pescoço e caiu. Então fizeram uma rodinha nele e continuaram a bater". Ninguém foi preso pelo crime.

    Segundo William, Lucas não era de se envolver em brigas. "Ele veio chamar eu e o meu primo, mas infelizmente ninguém estava com disposição para ir", disse. "Como ele tinha marcado com uma menina lá, ele resolveu ir sozinho", completou.

    Bruno Poletti - 11.jan.14/Folhapress
    O jovem Lucas Lima, 17, organizador do "rolezinho", no shopping Itaquera
    O jovem Lucas Lima, 18, organizador do "rolezinho", no shopping Itaquera

    Amigos do rapaz contam que Lucas se envolveu em uma confusão relacionada a uma garota no sábado e, por conta disso, teria sido agredido. Ele foi encaminhado ao pronto-socorro, mas não resistiu aos ferimentos. O enterro dele aconteceu nesta segunda-feira (7) no cemitério municipal de Itaquera.

    Lucas era um dos organizadores dos rolezinhos que chegaram a reunir 3.000 jovens no shopping Itaquera. Ele morava a poucas quadras do centro comercial, onde gastava o dinheiro dos bicos que fazia como ajudante de pedreiro em roupas de marca.

    Em janeiro, a Folha chegou a acompanhar por duas semanas a rotina dele e de seus amigos. Na época, ele disse que a polícia já sabia que era ele quem organizou o rolezinho no shopping Itaquera. "Tô ligado que 'os polícia' tão em peso e já sabem quem eu sou", disse Lima, estudante do terceiro ano do ensino médio em um colégio público da zona leste que fazia bicos como ajudante de pedreiro.

    No Facebook, a irmã do jovem, Sthefanie Oliveira, escreveu: "Foi difícil deixar você naquele lugar, naquela caixa coberta de areia, mas agora você está com Deus cuidando de todos". O rapaz tem 56,7 mil seguidores no Facebook.

    A reportagem entrou em contato com o 24º Distrito Policial (Ponte Rasa), onde foi registrado o caso. Policiais afirmaram que o crime será investigado no 62º DP (Ermelino Matarazzo).

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