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    Garota diz que organizador de 'rolês' começou briga; menor é procurado

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    08/04/2014 17h53

    A jovem apontada como motivo da briga que acabou na morte do estudante Lucas Lima, 18, afirmou que foi ele quem começou as agressões. O rapaz era conhecido por organizar "rolezinhos" e estava em um baile funk, na zona leste de São Paulo, quando se envolveu na briga no sábado (5).

    Segundo a garota de 18 anos, que pediu para não ter o nome revelado, Lucas estava muito bêbado e tentou fazer com que ela fosse embora do baile funk com ele. O rapaz teria, segundo ela, batido nas costas dela com uma garrafa. Um adolescente de 16 anos, que a acompanhava, teria então discutido com ele.

    "O Lucas estava muito bêbado, muito louco. Eu só tinha visto ele uma vez, mas ele me viu, pediu que eu pegasse minhas coisas e fosse embora com ele. Ele [o adolescente] então se aproximou, mas o Lucas disse que não queria saber e deu um soco nele", contou a garota à Folha nesta terça-feira.

    Ela disse ainda que os dois rapazes chegaram a "rolar no chão", foram separados e voltaram a brigar novamente. Pela versão dela, Lucas teria dado um soco no jovem, que reagiu dando um chute no pescoço. Lucas teria caído no chão e começado a se debater.

    Bruno Poletti - 11.jan.14/Folhapress
    O jovem Lucas Lima, 17, organizador do "rolezinho", no shopping Itaquera
    O jovem Lucas Lima, 18, organizador do "rolezinho", no shopping Itaquera

    A jovem afirma que o rapaz que a acompanhava luta Muay Thai há três anos, no entanto, não costuma se envolver em brigas e só intercedeu para defendê-la. Ela também nega que outras pessoas tenham agredido Lucas durante a confusão, como amigos dele tinham dito após o ocorrido.

    A garota prestou depoimento e passou o nome do adolescente à polícia, que faz buscas na tarde de hoje para localizá-lo. "Quem estava errado era o Lucas. Ele que agrediu primeiro", afirmou.

    Já amigos de Lucas dizem que ele não era de se envolver em brigas. "Ele veio chamar eu e o meu primo, mas infelizmente ninguém estava com disposição para ir", disse. "Como ele tinha marcado com uma menina lá, ele resolveu ir sozinho", afirmou ontem um amigo dele, de 17 anos.

    Lucas era um dos organizadores dos rolezinhos que chegaram a reunir 3.000 jovens no shopping Itaquera. Ele morava a poucas quadras do centro comercial, onde gastava o dinheiro dos bicos que fazia como ajudante de pedreiro em roupas de marca.

    Em janeiro, a Folha chegou a acompanhar por duas semanas a rotina dele e de seus amigos. Na época, ele disse que a polícia já sabia que era ele quem organizou o rolezinho no shopping Itaquera. "Tô ligado que 'os polícia' tão em peso e já sabem quem eu sou", disse Lima, estudante do terceiro ano do ensino médio em um colégio público da zona leste que fazia bicos como ajudante de pedreiro.

    No Facebook, a irmã do jovem, Sthefanie Oliveira, escreveu: "Foi difícil deixar você naquele lugar, naquela caixa coberta de areia, mas agora você está com Deus cuidando de todos". O rapaz tem 56,7 mil seguidores no Facebook.

    A polícia também apura imagens de câmeras de segurança que teriam flagrado cinco homens levando Lucas para o hospital na noite do briga. Essas pessoas ainda não foram identificadas.

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