A Secretária Municipal de Saúde de Porto Velho (RO) confirmou nesta terça-feira (8) a primeira morte por leptospirose com influência direta da cheia histórica do rio Madeira. Um pedreiro de 38 anos não resistiu aos efeitos da leptospirose e morreu na quarta-feira (2) da semana passada com os sintomas da doença.
O homem, que residia na estrada de Santo Antônio –uma das áreas inundadas pela cheia– trabalhava na construção de uma fossa e teve contato direto com a água contaminada pela urina do rato, transmissor a doença.
Outras três mortes por leptospirose também foram registradas pelo Cemetron (Centro de Medicina Tropical de Rondônia). Segundo a enfermeira Rosemar Cardoso Barros, coordenadora das ações de combate á doença, essas não estão ligadas a enchente.
"As outras mortes, apesar de terem sido confirmados como leptospirose, foram pacientes que vieram de outras regiões [sem inundações provocadas pelo Madeira] à procura de atendimento em Porto Velho e já apresentavam os sintomas da doença", explicou.
O Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Porto Velho informou que outros 23 casos da doença foram clinicamente confirmados, e admitiu que a cidade enfrenta um principio de epidemia da doença.
Na capital de Rondônia, 25 mil pessoas foram diretamente afetadas pela cheia do rio Madeira que desabrigou até o momento 5.000 famílias. Desde o início deste mês, o nível das águas do principal manancial do Estado não apresenta sinal de vazante, o que preocupa ainda mais as autoridades da área de saúde.
No mês passado, uma equipe da Força Nacional de Saúde chegou a Rondônia para reforçar as ações de combate às doenças comuns ao período de pós enchente. Médicos, enfermeiros e técnicos da equipe estão atuando na região de Guajará Mirim (distante 400 km de Porto Velho), onde até agora não foi registrado nenhum caso da doença.