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    Aérea 'abandona' malas para poder voar com tanque mais cheio

    RICARDO GALLO
    DE SÃO PAULO

    10/04/2014 03h30

    Em dificuldades financeiras, a Passaredo deixou de levar no avião, por economia, as bagagens dos passageiros.

    O problema ocorreu em ao menos dois voos da empresa entre Guarulhos e Vitória da Conquista (BA), em fevereiro e março deste ano.

    "Cheguei lá e mais da metade das bagagens não tinha ido. A companhia alegou questão de peso", disse Elza Medeiros Carneiro da Silva, que pegou o voo em 20 de março. Com o marido dela, que voou em 1º de fevereiro, nenhuma mala chegou com o avião.

    As bagagens foram deixadas para trás porque a Passaredo não está abastecendo seus aviões em Vitória da Conquista. Assim, a companhia tem que carregar mais combustível no avião para conseguir chegar até Salvador, a etapa seguinte do voo.

    Edson Silva/Folhapress
    Funcionário coloca bagagens em avião em Ribeirão Preto
    Funcionário coloca bagagens em avião em Ribeirão Preto

    Há outro fator: segundo a Passaredo, em dias muito quentes, em que o consumo é maior, o avião é abastecido com mais combustível. Como não dá para encher o tanque e levar todas as bagagens ao mesmo tempo, as malas ficam para depois -por exemplo, para o dia seguinte, em um voo que não estiver cheio.

    A companhia aérea classificou os problemas de "pontuais" e diz que reduziu o número de assentos à venda no avião (62, em vez de 70), de modo a atenuar o problema.

    Segundo um piloto e um ex-piloto da Passaredo, a companhia deve à fornecedora de combustível de Vitória da Conquista. Por isso, não abastece os aviões ali.

    Distribuidora de combustível no aeroporto local, a Oeste disse à Folha que não recebe da Passaredo desde 2012. A companhia aérea não respondeu se deve ou não para a Oeste. Disse que a empresa cobra três vezes mais em relação ao preço praticado em outros aeroportos.

    A Azul também faz voos para Vitória da Conquista e abastece regularmente com a Oeste, diz a distribuidora.

    Questionada, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) disse que irá fiscalizar a empresa para verificar se, ao deixar a bagagem para trás, a Passaredo cometeu alguma irregularidade.

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