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    Críticas sobre crise da água partem de quem não estuda, diz presidente da Sabesp

    DE SÃO PAULO

    10/04/2014 12h45

    Em um discurso bastante inflamado nesta quinta-feira (10), a presidente da Sabesp, Dilma Pena, disse que as críticas sobre o modo que o governo lida com a crise hídrica de São Paulo são feitas por quem não lê ou não estuda. A declaração foi feita na cidade Vargem Grande Paulista, na região metropolitana.

    Junto com o governador Geraldo Alckmin, Dilma foi até o município inaugurar o canteiro de obras do sistema produtor de água São Lourenço, que pretende até 2018 ampliar o fornecimento de água à Grande São Paulo. A captação será feita na região do Vale do Ribeira.

    "Para quem estuda, lê e se informa sabe que a Sabesp e o governo têm sim planejamento", disse a presidente da Sabesp.

    As obras para a construção do sistema São Lourenço só devem começar nos próximos dias. Hoje apenas duas máquinas estavam no local e não havia nenhuma movimentação de operários.

    A criação do novo sistema é uma medida para tentar melhorar o fornecimento de água para a região da Grande São Paulo nos próximos quatro anos. A região vive a maior crise hídrica dos últimos 80 anos.

    Em documento publicado nesta semana, a Sabesp admitiu pela primeira vez, de forma oficial, a possibilidade de implantar um rodízio de água em São Paulo ainda neste ano. Hoje, o governador voltou a dizer que o racionamento de água na região não está descartado. Mas afirmou que não é para agora. "Estamos fazendo um monitoramento diário", afirmou.

    A medida, será feita em último caso, pois segundo Alckmin, as medidas de redução do consumo implantadas até o momento, somadas a obra estruturais, são suficientes para contornar a recente escassez de chuva nos sistemas hídricos que abastecem o Estado, especialmente o Cantareira, que hoje estava com 12,4% da sua capacidade utilizada.

    A OBRA DE R$ 2 BILHÕES

    O contrato de PPP (Parceria Público-Privada) para a criação do sistema São Lourenço foi assinado pelo governo do Estado em agosto do ano passado. A obra pretende ampliar a capacidade de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo em 7% dentro de quatro anos.

    A água virá do rio São Lourenço, em Juquitiba, divisa com Ibiúna a cerca de 70 km da capital. O investimento de R$ 2,21 bilhões será feito integralmente pela empresa vencedora da licitação, uma parceria da Andrade Gutierrez e Camargo Correa.

    O projeto, que depende da destruição de 34 hectares de mata atlântica, inclui ainda a intervenção (sem desmate total) em 52 hectares de áreas de proteção permanente e a retirada de centenas de pessoas que moram no entorno do empreendimento.

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