A presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou nesta quinta-feira que 80% das obras que possibilitarão o uso do chamado "volume morto" do sistema Cantareira já estão concluídas. Com isso, ela disse que o uso da água do fundo do reservatório poderá ser usado a partir de maio.

A previsão apontada hoje por Dilma antecede em dois meses as expectativas iniciais da Sabesp, que apontava possibilidade de uso do "volume morto" a partir de julho. Essa água -que está abaixo dos sistemas de captação- nunca foi retirado e serve como uma reserva.

O uso dessa reserva é criticado pelo Consórcio PCJ (associação que reúne prefeituras, indústrias e entidades de 43 cidades da região de Campinas, Piracicaba e Jundiaí). Para o grupo, "dependendo da quantidade de chuva e do volume utilizado, o sistema pode nunca mais se recuperar como um todo".

A previsão de uso do "volume morto" já no próximo mês foi apresentado por Pena durante inauguração das obras do sistema de Água São Lourenço, ocorrida nesta quinta-feira, e que deve ampliar a capacidade de abastecimento da região metropolitana de São Paulo em 4,7 mil litros por segundo.

	Nelson Antoine/Parceiros Folhapress
	Nível do Cantareira volta a cair; consórcio diz que uso do 'volume morto' pode acabar com o sistema

Segundo o governo estadual, 1,5 milhão de pessoas serão beneficiadas diretamente em Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista, onde a obra foi iniciada.

Também nesta quinta-feira, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce, apontou, em entrevista à rádio CBN, a data de 15 de maio como o início da disponibilidade do "volume morto".

"O rodízio já é uma possibilidade, mas nós vamos procurar evitar esse transtorno para a população. Estamos trabalhando agora na área da demanda, a resposta da população tem sido positiva e a partir de 15 de maio teremos a disponibilidade da reserva técnica, o chamado volume morto", afirmou.

Arce também destacou que, apesar de já estar terminando o período de chuvas, "a temperatura baixando a gente tem uma redução espontânea do consumo de água".

O complexo de represas do Cantareira é considerado um dos maiores sistemas de abastecimento do mundo. Nesta quinta-feira, porém, o nível do reservatório chegou a 12,4%, o mais baixo da história.