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    Nelson Alves Peixoto (1920 - 2014) - O último 'barão do café' de Franca

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    12/04/2014 00h02

    Qualquer um que chegasse à fazenda de Nelson Peixoto, em Ibiraci, em Minas Gerais, na margem do Rio Grande, sabia o que lhe aguardava: um café quentinho recém-torrado e moído.

    A iguaria era parte da reserva especial da produção de sua fazenda, destinada à sua família, amigos e eventuais visitantes.

    Caçula de 16 filhos, Nelson herdou parte de suas terras atuais e uma tradição de 200 anos de cultivo de café por parte de sua família paterna.

    A versão de que sua mãe teria sido criada pela baronesa de Franca (não se sabe ao certo se seria filha legítima da aristocrata) o fez ganhar na região o apelido de "o último barão de café".

    O "título" nunca fora enaltecido pelo homem simples que cresceu no campo e foi à escola até saber ler, escrever e fazer algumas contas.

    Entre as maiores diversões de Nelson estava a de organizar seus aniversários. Eram ocasiões em que convidava toda a cidade, além da própria família.

    Chamava duplas sertanejas, recebia grupos folclóricos de congada com seus tambores, promovia grandes banquetes de feijoada.

    Até os 80 anos, acompanhava de perto os trabalhos em sua fazenda e o cultivo do café. Não era raro que alguém o visse tocando seus búfalos pelas planícies aos pés da Serra da Canastra.

    Morreu aos 93 anos com uma família de 5 filhos, 14 netos, pelo menos 30 bisnetos e 3 tataranetos. Foi enterrado com um ramo de café.

    A família realizará uma missa do sétimo dia neste domingo, às 8h, na Igreja Matriz de Ibiraci.

    coluna.obituario@uol.com.br

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