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    Polícia envia à Justiça versão para morte de ex-senador

    ROGÉRIO PAGNAN
    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    12/04/2014 03h45

    Homicídio simples. Essa foi a conclusão parcial da Polícia Civil enviada ontem à Justiça de São Paulo sobre a morte do ex-senador boliviano Andrés Fermín Heredia Guzmán, 60, ocorrida na semana passada.

    Por ora, os policias não detectaram nada que pudesse desmontar a versão apresentada pelo motorista do empresário Olacyr de Moraes, conhecido como "rei da soja".

    Logo após ser preso na sexta da semana passada, Miguel Garcia Ferreira, 61, confessou ter matado o ex-senador. Disse que estava inconformado porque o boliviano estaria iludindo seu patrão para lhe tirar dinheiro e que quis "dar um susto" para acabar com aquela suposta "extorsão" -expressão usada por ele.

    Até por envolver um empresário famoso no Brasil e um ex-senador envolvido em negociações controversas na Bolívia, policiais chegaram a desconfiar inicialmente dessa versão, mas não encontraram outras pistas contrárias.

    As investigações vão continuar paralelamente na próxima semana. Mas a conclusão parcial foi necessária porque, como Ferreira está preso, a polícia tinha prazo para concluir o inquérito e enviar um relatório para a Justiça, sob pena de o motorista ser solto.

    O funcionário de Olacyr de Moraes contou que pediu carona para o boliviano e disse que, ao sacar sua arma, Guzmán tentou desarmá-lo -por isso foi atingido com três tiros.

    Ferreira foi preso quando tentava sair do local com uma mala com quase R$ 400 mil. O dinheiro tinha sido entregue momentos antes pelo "rei da soja" ao boliviano.

    Ouvido pelos policiais anteontem, Olacyr de Moraes apresentou comprovantes de quatro saques de R$ 95 mil, somados a R$ 20 mil que ele disse que guardava em casa. O empresário negou que estivesse sendo extorquido.

    Ontem, o motorista foi ouvido mais uma vez e repetiu a mesma versão já contada.

    Um dos pontos que a polícia tenta esclarecer é o destino dos R$ 400 mil. O empresário disse que era um empréstimo. A viúva do ex-senador diz que era pagamento por trabalho prestado.

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