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    Movimento contra a Copa agora planeja 'rolezinhos' em SP

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    15/04/2014 03h40

    Um grupo de manifestantes entra no shopping e, com cartazes nas mãos, inicia um protesto "relâmpago", de meia hora, aos gritos de "não vai ter Copa". Comerciantes baixam as portas e seguranças cercam os participantes.

    Desde sábado, essa é a nova tática de manifestação do movimento "Contra Copa 2014", que critica a realização do Mundial no país.

    O primeiro ato do que eles estão chamando de "rolezinhos" contra a Copa ocorreu no fim de semana no shopping Metrô Itaquera, na zona leste, próximo ao Itaquerão, estádio que será sede da abertura do campeonato. Acabou sem confronto, depois da intervenção de seguranças.

    arte Folhapress/arte Folhapress

    Os alvos desses atos "relâmpago" serão espaços como centros de compras e aeroportos, com grande movimento e visibilidade.

    A organização é do mesmo grupo que fará hoje o quinto protesto contra a Copa neste ano em São Paulo, às 18h, no vão livre do Masp, na av. Paulista –e que tem a presença desde partidos de esquerda até "black blocs", que pregam a destruição de patrimônio.

    O estudante de direito Igor Silva, 21, um dos organizadores, diz que o próximo "rolezinho" será no aeroporto de Congonhas, embora a data não esteja confirmada.

    Segundo ele, esses atos "relâmpago" vão anteceder as manifestações de rua.

    A ideia é ser uma espécie de "flash mob" (mobilização relâmpago), mais curta do que os protestos de rua, que se estendem por até cinco horas.

    "A gente chega, faz os cartazes, entra e faz o ato", disse Alexandre Morgado, do GAPP (Grupo de Apoio ao Protesto Popular).

    O shopping Metrô Itaquera foi escolhido na estreia por ser perto do Itaquerão e porque um grupo de jovens havia programado um rolezinho "tradicional" por ali.
    heterogêneo

    Nas ruas, os organizadores dos atos contra a Copa têm se deparado com quantidade de policiais superior ou equivalente à de manifestantes.

    Nos últimos dois atos, isso atenuou a ação dos "black blocs" e não houve destruição nem confronto com PMs.

    O reforço policial ocorreu a partir do segundo protesto, em 12 de fevereiro, quando a PM passou a usar a "tropa do braço"–policiais desarmados com noções de artes marciais– treinados para imobilizar os manifestantes.

    A tropa foi criada após os protestos violentos de 25 de janeiro, quando carros e lojas foram depredados e 128 pessoas foram detidas.

    Os atos contra a Copa vêm sendo organizados por grupos heterogêneos. Vão de organizações formadas por universitários que têm como pauta a melhoria do ensino e da saúde a defensores do fim do preconceito racial.

    Partidos políticos também se aproximaram. O PSTU e o PSOL, por exemplo, participam de todos os atos.

    Figura ausente nos protestos deste ano é o MPL (Movimento Passe Livre), responsável pelos atos que se espalharam pelo país desde junho do ano passado para a redução das tarifas do transporte.

    PROTESTÔMETRO

    A Folha lançou ontem, em seu site, o "protestômetro" -ferramenta que permite aos leitores acompanhar diariamente a quantidade e os detalhes de manifestações e greves em dez das principais cidades do país.

    São acompanhadas as principais cidades das maiores regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Campinas (SP).

    Espécie de termômetro antes da Copa, o site será alimentado pela Redação, a partir de informações de órgãos municipais, estaduais e federais, além de movimentos sociais, sindicatos e veículos de informação.

    Editoria de Arte/Folhapress

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