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    Polícia vai ter sistema de câmera inteligente em São Paulo

    DE SÃO PAULO

    16/04/2014 12h51

    O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (16) a compra de um sistema de policiamento inteligente que vai emitir alertas quando câmeras flagrarem situações suspeitas como a entrada de um homem mascarado em uma agência bancária.

    Isso vai ser possível porque o programa analisa imagens e reconhece cerca de dez mil padrões de crimes. Eles foram criados pela polícia de Nova York, que adotou o sistema há sete anos.

    A compra é anunciada em meio a uma onda de roubos, que cresceram 45% na capital paulista nos dois primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano passado.

    Criado pela Microsoft, o sistema foi planejado inicialmente para combater o terrorismo. Ele detecta, por exemplo, quando uma mala é deixada por certo tempo em local de grande circulação. Alertados, policiais conferem se o objeto pode ser uma bomba.

    Segundo o governo, o sistema será alimentado por cerca de 500 câmeras da polícia na capital paulista, além de outras mil da prefeitura. Também poderão ser integradas câmeras privadas, de lojas ou prédios.

    Ele será implantado inicialmente apenas em São Paulo, mas poderá ser expandido para o Estado no futuro.

    Uma das vantagens do programa é que os alertas são automáticos e permitem que os policiais recebam informações sem que fiquem olhando as câmeras o tempo todo.

    Hoje, a central da PM em São Paulo precisa de um policial para cada dez câmeras, mas em Nova York os 6.000 aparelhos são monitorados por apenas cinco pessoas.

    Outra funcionalidade do sistema é para o rastreamento de veículos, já que as placas dos carros serão lidas por câmeras em tempo real e os dados também serão armazenados em um banco de dados, para consultas futuras.

    Por exemplo, quando uma vítima informar à polícia que os bandidos fugiram em carro vermelho com placa de final 5, o sistema poderá localizar todos os veículos com essas características na região do crime e mostrá-los em um mapa. Ele também pode ser configurado para emitir esse alerta para a viatura mais próxima.

    Para localizar um carro roubado, a polícia também poderá refazer o trajeto percorrido consultando os registros da placa no banco de dados.

    Além da função preventiva, o sistema também vai integrar todos os bancos de dados das polícias para a criação de uma espécie de "Google" da investigação.

    Hoje há diversos bancos de dados, como os do atendimento 190, de boletins de ocorrência e do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), mas as consultas são individualizadas. Com a integração, será possível fazer cruzamentos e levantar dados complementares de várias fontes de forma rápida.

    O sistema também pode ser configurado para cruzar essas informações de forma automática e emitir alertas. Por exemplo, caso ocorra um crime com as mesmas características de outro que já está sendo investigado.

    PRAZO

    A previsão é que a instalação dos equipamentos demore de três a quatro meses, e que o funcionamento completo comece em janeiro de 2015.

    O sistema da Microsoft é chamado de DAS (Domain Awareness System ou Sistema de Domínio da Consciência, em tradução livre), mas em São Paulo recebeu o nome de Detecta.

    O contrato, de R$ 9,7 milhões, prevê a transferência de licenças e códigos-fontes, mas todas as alterações feitas em São Paulo, como nos dez mil padrões de crimes, terão que ser compartilhadas com a multinacional.

    O governo diz ter escolhido o sistema da Microsoft após analisar programas usados em Londres, na Inglaterra, e em Amsterdã, na Holanda. A conclusão foi de que o de Nova York atende melhor à necessidade de São Paulo.

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