A Polícia Civil passou a investigar se o assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11, teria motivações econômicas por parte do pai e da madrasta dele.
Segundo o advogado Marlon Taborda, que representa a avó materna do menino, corre na Justiça a partilha da herança da mãe de Bernardo, que se suicidou em 2010.
Com o menino vivo, em tese, o pai dele, Leandro Boldrini, teria mais dificuldades para vender imóveis que pertenciam em conjunto a ele e a ex-mulher. "Era um patrimônio considerável, são pessoas acima do nível social da maioria", disse Taborda.
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Bernardo Boldrini, 11, encontrado morto em matagal no RS; pai nega envolvimento no crime |
A delegada Caroline Machado, que investiga o caso, afirmou que vai requisitar documentos à Justiça sobre a tal partilha. "Também apuramos se foi um crime passional. No momento, não dá para descartar nada", diz.
Ela afirma ter certeza de que o pai de Bernardo, a madrasta Graciele Ugolini e uma amiga dela, Edelvania Wirganovicz, são responsáveis pela morte do menino.
A reportagem conversou com investigadores que afirmam que há imagens que mostram as duas mulheres chegando saindo da casa de Edelvânia, na cidade de Frederico Westphalen, com o menino e voltando sem ele.
De acordo com relato de investigadores à Folha, Edelvania acabou confessando após ser confrontada com essas provas. Ela afirmou que o menino foi morto com uma injeção letal de medicamentos.
Eles afirmaram que a versão investigada é que Edelvânia tivesse ido duas vezes ao local onde o menino seria enterrado posteriormente para começar a cavar a cova.
O menino foi enterrado nu em um buraco de 65 centímetros de comprimento, 42 cm de largura e 60 cm de profundidade, em um local ermo que seria caminho para a casa de Edelvânia.
A delegada Caroline Machado quer saber se o pai do garoto participou do planejamento do crime ou se apenas tentou ocultá-lo. "De qualquer maneira, ele participou do crime", disse.