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    Sabesp vai cobrar taxa de consumidor que gastar mais água, diz secretário

    DE SÃO PAULO

    17/04/2014 13h19

    O secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, declarou, em entrevista à rádio CBN na manhã desta quinta-feira, que o governo do Estado estuda criar um programa que pode aplicar uma taxa para quem aumentar o consumo de água.

    A política seria o ônus da programa de premiação promovido pela Sabesp que dá um desconto de 30% para quem economizar até 20% de água. A previsão é de que o programa entre em vigor até junho deste ano.

    "Estamos preparando um programa novo de ônus. Isso já foi aplicado na época do racionamento de energia", disse Arce durante a entrevista.

    O governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a ser questionado nesta quinta-feira, durante agenda pública no hospital Incor (Instituto do Coração). O político se restringiu em dizer: "vamos aguardar um pouco".

    Os detalhes técnicos do programa não foram revelados pelo secretário de Recursos Hídricos. Arce disse, no entanto, que o projeto precisa aceitar ressalvas e algumas situações pontuais poderão ser analisadas.

    Segundo o secretário, empresas que aumentaram a produção por algum motivo plausível, por exemplo, poderão ter as taxas suspensas. "Não queremos que este ônus traga nenhuma vantagem financeira para nós. O maior prêmio que agente poderia receber era ter zero de ônus", disse Arce à CBN.

    A ideia do projeto é fazer a lógica inversa do programa de bonificação, ou seja, se a população aumentar o consumo em 20% será aplicada uma taxa de 30% em cima do valor da conta mensal de água. "Isso ainda precisa ser consolidado", afirmou.

    A crise hídrica que vive a Grande São Paulo reflete principalmente na capacidade de armazenamento do sistema Cantareira que abastece mais de 8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. Nesta quinta, o reservatório voltou a registrar queda no volume de água armazenada. Segundo o boletim técnico divulgado hoje pela manhã pela Sabesp, o manancial tinha 12,2% da capacidade utilizada - 0,1% menor que ontem.

    SEM PICUINHA

    Alckmin afirmou nesta quinta-feira que não fará "picuinha política" com a crise no abastecimento que afeta a Grande São Paulo. A afirmação foi uma resposta a declaração do secretário de Governo da prefeitura da capital, Chico Macena, que ontem afirmou que São Paulo já enfrenta um rodízio noturno de água e disse que "é preciso transparência" por parte da Sabesp para que a população seja avisada antes.

    "Não vamos transformar a maior seca das últimas décadas em picuinha política", disse o governador. Segundo o governador, 76% da população da Grande São Paulo reduziram o consumo com a política de incentivo. "Isso tem possibilitado nós enfrentarmos a maior estiagem dos último 84 anos, sem nenhum racionamento, sem nenhum rodízio", afirmou.

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