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    Autorizada a subir em 5,4% a conta de água, Sabesp decide atrasar reajuste

    HELOISA BRENHA
    DE SÃO PAULO

    18/04/2014 16h15

    Autorizada a aumentar a tarifa de água em 5,4% a partir do dia 11 de maio, a Sabesp decidiu atrasar o reajuste. Em aviso a seus acionistas publicado nessa quinta (17), a empresa afirma que "deliberou pela postergação da aplicação do índice (...) em data oportuna até, no máximo, final de dezembro de 2014."

    A medida vem em meio a uma das piores crises hídricas do Estado, que afeta o abastecimento de água da Grande São Paulo e tem reflexos políticos para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta reeleger-se em nas eleições de outubro deste ano.

    Em resolução publicada nesta sexta (18) no Diário Oficial do Estado, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo) autoriza a companhia a reajustar o preço em 5,4%, índice que calculou com base na inflação.

    Em nota, a Arsesp justificou a permite que a "concessionária, que vivencia difíceis problemas conjunturais em razão de força maior (...) possa ajustar seus preços e práticas de mercado que visam preservar o abastecimento de água à população".

    A companhia, porém, abriu mão de aumentar a conta de água neste momento, embora esteja arcando com custos extras para garantir o abastecimento em meio a seca dos reservatórios, especialmente do sistema Cantareira –que hoje está com 12,2% de sua capacidade, um dos piores níveis da história.

    A empresa de saneamento está absorvendo custos da ordem dos R$ 800 milhões devido a ampliação do bônus de incentivo à redução do consumo na região metropolitana, e de e a obras emergenciais no sistema Cantareira para a retirada do volume morto (reserva de água nunca usada antes), que devem custar R$ 80 milhões.

    A Folha estima que as medidas anunciadas pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) na tentativa de evitar um racionamento de água em São Paulo poderão ter um impacto financeiro superior a R$ 1 bilhão –equivalente aos gastos do estádio do Itaquerão, onde haverá a abertura da Copa.

    O faturamento da Sabesp é da ordem de R$ 11 bilhões ao ano. A companhia atualmente atende a 27,9 milhões de pessoas em 364 municípios do Estado –17 milhões delas só na Grande São Paulo.

    Nesta quinta (17), o secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, declarou que o governo do Estado estuda criar um programa que pode aplicar uma taxa para quem aumentar o consumo de água.

    A política seria o ônus da programa de premiação promovido pela Sabesp que dá um desconto de 30% para quem economizar até 20% de água. A previsão é de que o programa entre em vigor até junho deste ano.

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