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    Edmundo Ferraz Nonato (1920-2014) - Uma vida dedicada ao oceano

    LUIZA FRANCO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    19/04/2014 00h02

    O professor Edmundo Ferraz Nonato dizia que seu carro "já estava ensinado" a chegar ao Instituto Oceanográfico da USP. Aposentado oficialmente há mais de 20 anos, continuou trabalhando.
    A vida de Nonato acompanhou o desenvolvimento da oceanografia no Brasil.

    Formou-se pela USP em 1942, no extinto curso de história natural, e se especializou pela Sorbonne em 1950.

    Foi um dos primeiros brasileiros a usar o desengonçado equipamento de mergulho inventado pelo oceanógrafo francês Jacques Cousteau.

    O professor foi pioneiro no Brasil no estudo de poliquetas, que são vermes marinhos importantes indicadores de distúrbios ambientais.

    Tem herdeiros acadêmicos por todo o país. Costumava dizer a eles que o biólogo deve se colocar no lugar dos animais que estuda.

    Prático, gostava de botar a mão na massa, característica que veio a calhar quando se tornou o primeiro chefe científico da Base de Pesquisas do IO, em Ubatuba (SP).

    Na época, a infraestrutura era tão precária que Nonato virou um "faz-tudo", nas palavras da mulher -até uma draga ele ajudou a construir.

    Foi lá que seus filhos, ainda pequenos, aprenderam o nome científico de várias espécies, conhecimento que exibiam com orgulho aos alunos do IO que visitavam a base de pesquisa.

    Morreu na segunda-feira (14), aos 93 anos, após um derrame. Deixa a mulher, dois filhos, uma irmã e uma biblioteca cheia de raridades.

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