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    Rio de Janeiro

    Protesto em Niterói (RJ) termina com arrastão e nove veículos incendiados

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    DO RIO

    19/04/2014 19h33

    Um protesto contra a morte de Anderson Silva, 21, atingido por dois tiros durante uma operação da Polícia Militar em Niterói na madrugada de sexta-feira (18), deixou um saldo de roubos, engarrafamento e nove veículos incendiados na região metropolitana do Rio.

    Policiais civis do Rio fazem perícia em nove veículos queimados esta tarde de sábado na rodovia Amaral Peixoto (RJ-104), próximo à favela do Caramujo, em Niterói, onde o jovem foi alvejado.

    De acordo com policiais, eles foram incendiados por cerca de 30 pessoas em protesto pela morte de dois jovens no bairro entre a noite de sexta (18) e a madrugada de hoje. Ninguém ficou ferido no protesto.

    A rodovia Amaral Peixoto, que ficou fechada por três horas, é uma via alternativa para os motoristas que seguem do Rio para a Região dos Lagos.

    O fechamento da rodovia causou um engarrafamento em Niterói e até na Ponte Rio-Niterói, via que liga o Rio à cidade. A rodovia começou a ser liberada a partir das 16h45.

    ARRASTÃO

    Segundo policiais do 12º BPM (Niterói), foram montadas barricadas na Amaral Peixoto forçando os ônibus a diminuírem a velocidade. Dessa forma, dez homens armados chegaram ao lado dos veículos ordenando que os passageiros descessem.

    Assustados, passageiros e motoristas do ônibus e de outros carros foram se abrigar em uma concessionária de carros e no comércio próximo à comunidade.

    Assaltantes se aproveitaram da confusão e roubaram motoristas que estavam parados no congestionamento que se formou na região.

    No total, quatro ônibus, três carros, uma caminhonete e uma moto foram incendiados.

    A ação começou após o sepultamento de Anderson Santos Silva, 21. Ele foi atingido por um tiro quando ia com a família para uma vigília de Páscoa na igreja do bairro.

    Segundo um morador da região, que pediu para não ser identificado, no caminho para a cerimônia, acontecia um tiroteio entre policiais e um grupo de traficantes.

    A Arquidiocese de Niterói divulgou uma nota relatando o incidente e confirmando a informação: "Anderson, que atuava na animação musical das celebrações, ia com sua mãe e sua irmã para a igreja, onde participariam da procissão penitencial.

    No trajeto que faziam de casa para a igreja, começou um tiroteio entre a polícia e membros da comunidade. O jovem, procurando defender sua mãe e sua irmã, foi atingido e morreu".

    A irmã de Silva, que não teve o nome revelado, segue internada em observação no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo.

    Em outro ponto do bairro, já na madrugada de hoje (19), o jovem Emanoel Gomes, 17, morreu após se chocar contra um veículo blindado do Batalhão de Choque, conhecido como Caveirão, que realizava uma operação na comunidade do Morro do Céu.

    A informação dos policiais é que Gomes que estava em uma moto não atendeu a ordem de parar dada pelos PMs. A Polícia Militar não se pronunciou oficialmente sobre as duas mortes dos jovens em Niterói.

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