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    Análise: Crise da PM na Bahia sai do roteiro e desafia governos petistas

    THIAGO GUIMARÃES
    COORDENADOR-ADJUNTO DA AGÊNCIA FOLHA

    20/04/2014 09h42

    A sucessão dos fatos na atual crise de segurança pública na Bahia mostrou que o cenário ainda está fora do roteiro planejado pelos governos federal e do Estado.

    Temendo mais greves de PMs em outros Estados às vésperas da Copa, o Planalto entrou em campo logo no primeiro dia de greve, em auxílio ao petista Jaques Wagner.

    Com tropas federais nas ruas e a cúpula da segurança nacional em Salvador, veio o acordo com os grevistas na quinta-feira (17), após duas noites de saques, arrastões e explosão de homicídios.

    O quadro parecia se acalmar quando o vereador tucano e líder da greve Marco Prisco foi preso pela Polícia Federal, numa operação cinematográfica da qual Wagner logo buscou se desvencilhar.

    O discurso oficial de que a prisão era por fatos de 2012 não colou entre os praças.

    A associação de Prisco fazia um jogo duplo: dizia que o recado do líder era para não retomar a paralisação, mas apontava o dedo do PT na prisão.

    Resultado: PMs se aquartelaram, e a violência avançou na madrugada de sábado (19).

    O comandante da PM, Alfredo Castro, foi buscar interlocução na madrugada com um PM deputado do PSB e com a ex-ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon (PSB), pré-candidata ao Senado e futura rival do petismo baiano nas eleições de outubro.

    Ontem, o governo baiano tentava isolar a questão do aquartelamento como um problema da PM. Oficiais ameaçaram demitir grevistas, e PMs voltaram às ruas na tarde de sábado em "operação tartaruga", numa espécie de greve branca.

    A crise, grande teste em 2014 para a articulação entre Planalto e Estados diante dos desafios da segurança pública deste ano, continua em aberto e com fios perigosamente desencapados.

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