Após um período de recesso por luto, a escola onde estudava o menino Bernardo Boldrini, 11, retomou as aulas nesta terça-feira (22), em Três Passos (RS).

A direção do Colégio Ipiranga preparou uma atividade especial para marcar o retorno e providenciou o apoio de uma psicóloga com experiência no atendimento a vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), para auxiliar os estudantes.

Bernardo foi encontrado morto em Frederico Westphalen, a 80 km de Três Passos, na semana passada, após permanecer desaparecido por dez dias. O pai dele, a madrasta e uma assistente social estão presos desde então sob suspeita de envolvimento no crime.

O colégio onde ele estudava suspendeu as aulas assim que o assassinato foi revelado.

Nesta terça, duas psicólogas vão abordar o assunto em cada uma das classes. No início da manhã, todos os alunos do turno se reuniram para acompanhar pronunciamentos de uma pastora da comunidade luterana e da direção sobre a morte do garoto. No encontro de cerca de 30 minutos, falaram sobre a necessidade de "seguir em frente" e rezaram.

Os professores se reuniram já no feriado para preparar medidas sobre o caso.

"Vamos fazer dinâmicas de grupo com os alunos para que eles possam externar o que estão sentindo. É um assunto que precisa ser conversado, falado, para atingir um ponto de equilíbrio", disse a psicóloga do colégio, Denise Escher.

Alex Schneider, 17, que atua como monitor na escola, diz que o reforço no acompanhamento será fundamental. "Só os professores não dariam conta. Foi uma brutalidade que marcou muito a cidade", afirma. O colégio, que é particular, tem cerca de 400 alunos.

O diretor, Nelson Weber, diz que vai procurar abordar a história de Bernardo como uma "lição de vida". "Ele enfrentou as dificuldades que hoje sabemos com mais clareza com um rosto sorridente. Temos que levar isso como exemplo de levar a vida com um olhar positivo."

	Felipe Bächtold/Folhapress
	Colégio Ipiranga, em Três Passos (RS), onde estudava o menino Bernardo Boldrini, 11