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    Funcionários da saúde fazem ato contra agressões de pacientes

    CÉSAR ROSATI
    DE SÃO PAULO

    25/04/2014 03h30

    Funcionários da AMA (Assistência Médica Ambulatorial) do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, fizeram ontem uma manifestação silenciosa contra as agressões de pacientes insatisfeitos com o serviço na unidade.

    Todos vestiram camisas preta durante o expediente.

    Segundo funcionários, as agressões verbais, e às vezes físicas, são resultado da revolta dos pacientes com as constantes filas e a demora de até três horas por atendimento.

    "Já ameaçaram colocar fogo na unidade. Alguns funcionário até tiveram que sair escoltados pela polícia. A situação está fora de controle", disse uma auxiliar de enfermagem que, por medo, não quis se identificar.

    Há um ano, a AMA passou a atender 24 horas, e as agressões começaram há cerca de seis meses. Segundo funcionários, a qualidade do serviço caiu porque o quadro de enfermeiros não aumentou com a ampliação do horário.

    "Somos em seis técnicos de enfermagem e um enfermeiro por turno. O ideal seria 16 técnicos e seis enfermeiros por turno, no mínimo", afirmou uma funcionária que pediu anonimato.

    Ontem de manhã, era enorme a quantidade de pessoas que aguardava na sala de espera pequena, quente e com poucas cadeiras.

    No momento que a reportagem esteve no local, o mecânico Givanildo Ferreira da Silva, 37, reclamava com as recepcionistas: "Estou aqui há horas, todo mundo passa na minha frente. Cadê minha dignidade?", gritou. "As vezes não dá para segurar. A vontade é de quebrar todo esse hospital", disse à Folha.

    A AMA é gerida por uma OS (Organização Social) chamada Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"). Procurada, a OS disse que as respostas seriam divulgadas pela secretaria municipal de Saúde.

    Em nota, a pasta afirmou que a AMA funciona "normalmente" e que "ocorreu um aumento de 15% na demanda" da unidade nos últimos três meses, o que pode gerar aumento no tempo de espera, "uma vez que os casos graves têm sempre prioridade."

    Sobre as agressão a funcionários, a pasta diz que a conduta tem sido identificar o infrator, fazer o boletim de ocorrência e pedir apoio aos Conselheiros Gestores.

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