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    Advogado de suspeita diz agora que morte de Bernardo não foi planejada

    NATÁLIA CANCIAN
    DE SÃO PAULO

    28/04/2014 15h47

    Em nova versão, o advogado da assistente social Edelvânia Wirganovicz, que admitiu ter ajudado a ocultar o corpo de Bernardo Boldrini, 11, afirma que a morte do garoto não foi planejada e ocorreu devido a uma superdosagem de medicamentos.

    Demetryus Eugênio Grapiglia, responsável pela defesa da assistente-social, afirma ter ouvido o relato em visita a Edelvânia na última sexta-feira (25). Já a Polícia Civil investiga a possibilidade de que o crime tenha sido premeditado.

    O corpo de Bernardo foi achado numa cova rasa em um matagal em Frederico Westphalen (a 447 km de Porto Alegre). O pai dele, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugolini, e a assistente social estão presos sob suspeita de participação no crime.

    Segundo o advogado, que defende a anulação de um primeiro depoimento dado pela assistente-social à polícia, o remédio foi dado por Graciele, que queria fazê-lo dormir. Os dois saíram depois rumo a Frederico Westphalen, distante cerca de 80 km de Três Passos, onde morava o menino e a família. Edelvânia dirigiu o carro no caminho.

    "A madrasta queria que o menino dormisse a qualquer custo. Achou que [o remédio] não fez efeito. Então aumentou e nisso deu uma dose cavalar", afirma.

    De acordo com a nova versão relatada por Grapiglia, o garoto demonstrava estar sonolento e, subitamente, parou de apresentar reações. Ele não soube informar qual medicamento foi dado ao garoto.

    "A Edelvânia não viu o que ela [Graciele] ministrou [o remédio]. Só viu que o menino estava desmaiado no carro e não respondia mais", diz Grapiglia, para quem a assistente-social foi pressionada pela amiga a ajudar a enterrar o corpo.

    Segundo a polícia gaúcha, Graciele levou Bernardo de Três Passos para Frederico Westphalen, onde ele foi morto.

    Na última semana, o jornal "Zero Hora" publicou trechos do depoimento de Edelvânia tomado no dia 14, quando o crime foi descoberto e os suspeitos, detidos.

    No relato, ela afirmou ter recebido R$ 6.000 como parte do pagamento para participar do crime. Segundo Grapiglia, o depoimento ocorreu sem a presença de um advogado e não deve ser validado na Justiça. "Uma pessoa em estado de choque como ela estava assinava até a sentença de morte de Jesus Cristo se fosse o caso", diz.

    A Polícia Civil afirma que não vai se pronunciar sobre as novas declarações do advogado.

    A defesa do pai do garoto nega qualquer envolvimento dele com a morte de Bernardo. A Folha não conseguiu contato com o advogado de Graciele Ugolini nesta segunda-feira (28). Segundo relato anterior da defesa, ela ainda não falou sobre o crime com ninguém.

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