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    Secretário diz que haitianos estão sendo 'despejados' em São Paulo

    DE SÃO PAULO

    28/04/2014 18h40

    O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, disse nesta segunda-feira (28) que os refugiados haitianos estão sendo "despejados" em São Paulo. Mesmo com a polêmica em torno do envio dos imigrantes do Acre, um novo grupo chegou hoje a capital paulista.

    "Recebemos essas pessoas de braços abertos e estamos atuando para dar as condições básicas para garantir sua dignidade. O que não podemos admitir é a atitude de 'despejar' os refugiados na cidade sem contato político para garantir seus direitos e condições de vida", disse.

    "Esperamos solucionar essa situação emergencial da melhor forma e inserir os imigrantes haitianos em todas as políticas públicas para estrangeiros de São Paulo", completou durante um evento na manhã de hoje.

    Mais tarde, em nota, a secretaria disse auxiliar a Missão Paz, braço da Igreja Católica que tem concentrado os haitianos recém-chegados, como com a liberação de vagas em albergues, fornecimento de colchões e alimentação.

    Os imigrantes que entram pelo Acre estão sendo enviados para outras unidades da federação, principalmente São Paulo. As passagens, segundo a administração acriana, estão sendo pagas pelo Ministério de Desenvolvimento Social.

    Desde 2011, 2.000 haitianos chegaram a São Paulo. No último mês, no entanto, 500 chegaram à cidade vindos do Acre.

    Na semana passada, a secretária de Justiça do Estado de São Paulo, Eloisa Arruda, chamou de "irresponsável" a conduta do governo e acusou o governador Tião Viana (PT) de agir como "coiote" e facilitar a ação de aliciadores de trabalho escravo ao "soltar nas rodoviárias" da capital paulista os refugiados "que não falam a língua nem têm documentação trabalhista".

    Já o petista afirmou que a "elite paulistana" é "higienista" por não querer que o Acre envie haitianos para o Sudeste.

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), classificou com deselegante a polêmica entre os dois Estados sobre a vinda de haitianos para a capital. De acordo com ele, esta é uma forma de rebaixar o debate sobre o tema.

    "Não podemos rebaixar ao debate político como está acontecendo. É preciso solidariedade neste momento. Não tem sido elegante o debate", afirmou o prefeito.

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