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    Governo de SP vai à Justiça novamente para mandar Marcola para isolamento

    DE SÃO PAULO

    29/04/2014 21h30

    O governo paulista anunciou nesta terça-feira que vai apresentar à Justiça um novo pedido de internação do chefe da facção criminosa PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

    Nesse tipo de regime, o mais rígido do sistema prisional de São Paulo, o detento fica trancado em sua cela por até 22 horas ao dia, não tendo direito a visitas íntimas ou acesso ao noticiário.

    O novo pedido de internação foi anunciado pela Secretaria da Administração Penitenciária, mas que não deu detalhes da falta cometida pelo criminoso. A alegação do sigilo é para "não prejudicar as diligências e as investigações em curso."

    O governo não foi informou, ao menos, se esse novo pleito refere-se a um fato novo ou guarda relação com o pedido anterior, que já provocou a internação de Marcola por quase um mês.

    Em março deste ano, o chefe máximo da facção foi enviado ao RDD após o governo paulista descobrir um plano para resgatá-lo da Penitenciária de Venceslau, numa ação que estava previsto até o uso de helicópteros.

    A previsão inicial de internação era de 60 dias, na liminar concedida pela Justiça de primeira instância, mas esse prazo poderia ser estendido se houvessem provas da participação do detento nesse plano de fuga. Isso seria analisado primeiro, para depois uma resposta definitiva.

    O Tribunal de Justiça acabou revertendo essa decisão porque, para o desembargador Péricles Piza, as provas deveriam ser analisadas antes e só depois a internação ser decretada.

    "Há indícios [...] de que o paciente integra perigosa organização criminosa, mas o que não se vislumbra é a urgência em colocá-lo no RDD, tendo em vista não haver uma única interceptação telefônica recente, tampouco outro documento que lhe imputasse qualquer delito ou movimento de subversão à ordem ou à disciplina internas", escreveu o magistrado.

    Esse trecho soa como uma resposta às alegações feitas pelos secretários Fernando Grella Vieira (Segurança) e Lourival Gomes (Penitenciária) para tentar convencer Justiça da internação de Marcola e seus colegas.

    Os representantes do governo alegaram, em documento assinado em fevereiro deste ano, que os criminosos representam "alto risco do estabelecimento prisional" e há dificuldades para controlar os chefões do crime dentro da prisão.

    "O fato em questão confirma que a Penitenciária 2 de Venceslau não representou obstáculos a impedir ou ao menos dificultar que os sentenciados não cometessem falta grave", diz trecho do documento do governo, revelado pela TV Bandeirantes.

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