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    Governo do Acre fretou 50 ônibus para enviar imigrantes a SP

    LUCIANO TAVARES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
    EM RIO BRANCO (AC)

    30/04/2014 02h00

    O governo do Acre gastou R$ 1,6 milhão no fretamento de 50 ônibus para enviar a São Paulo cerca de 2.200 imigrantes, entre senegaleses, dominicanos e principalmente haitianos.
    Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social do Acre, cada viagem, com 44 estrangeiros, custou R$ 32 mil. Até domingo, já haviam sido feitas 41 viagens desse pacote.

    O envio desses imigrantes a São Paulo nas últimas semanas, sem acordo prévio, gerou troca de farpas do governo acriano com a prefeitura paulistana e o governo do Estado.

    Segundo o secretário de Desenvolvimento Social do Acre, Antônio Torres, os imigrantes são aconselhados a procurar São Paulo pela facilidade de acesso, a outras cidades do Sul e Sudeste.
    "Os que escolhem ir para essas cidades ficam na rodoviária de São Paulo, mas há os que preferem procurar emprego por lá mesmo [capital paulista]."

    BRASILEIA

    Em média, cerca de 20 haitianos, senegaleses e dominicanos entram no Brasil pela fronteira do Peru com o Acre, por dia.

    Antes de ir a Rio Branco, onde foi montado um abrigo improvisado, a maioria pernoita em Brasileia, município a 220 km da capital do Acre, que teve o abrigo fechado por superlotação e falta de estrutura.

    Reportagem da Folha deste mês mostrou a situação degradante a que mais de 1.500 pessoas estavam submetidas no abrigo por falta de condições de higiene e água potável.
    Segundo a Secretaria de Direitos Humanos do Acre, ao menos 20 mil estrangeiros entraram no Brasil desde 2012 pelo Estado.

    "Deixei meus três filhos com minha mãe e vim para ficar com a minha irmã e trabalhar no Brasil", disse a haitiana Jaqueline Pierre, que aguardava no abrigo de Rio Branco uma vaga em ônibus para SP.

    No abrigo, que funciona no espaço da Expoacre, cerca de 300 imigrantes dormem num galpão em colchões colocados no chão. Eles recebem café da manhã, almoço e jantar. O local também recebe vítimas de enchentes no Acre.

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