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    Crise da água

    Cantareira opera com 10,1% de sua capacidade total

    DE SÃO PAULO

    04/05/2014 11h41

    O nível do sistema Cantareira segue caindo e opera neste domingo (4) com 10,1% de sua capacidade total. Desde a última semana, o manancial opera abaixo de 11%, marca atingida pela primeira vez na história segundo a Sabesp.

    O índice é considerado crítico. Um relatório recente da Organização Meteorológica Mundial, ligada à ONU, indica a chance de este inverno ser mais chuvoso no Sudeste brasileiro, mas especialistas veem a previsão com cautela, já que as precipitações mais fortes viriam apenas em agosto e setembro.

    Até lá, o nível do sistema Cantareira pode chegar ao limite, com risco de desabastecimento para cerca de 8 milhões de moradores da Grande SP.

    O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, diz que o nível do Cantareira subirá 18,5% quando o "volume morto" (reserva de água na zona mais funda das represas) começar a ser utilizado, em 15 de maio.

    Até isso acontecer, a previsão de chuvas em São Paulo é quase zero. Segundo a Somar Meteorologia, deve chover apenas 1 milímetro até o próximo dia 12.

    Cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado. Num temporal forte na capital paulista, chove até 60 mm em uma hora.

    MENOS ÁGUA

    A Sabesp faz manobras durante a madrugada em determinadas regiões de São Paulo. Durante o período, a empresa diminui a pressão no encanamento e reduz o fornecimento de água em determinadas áreas. A água só volta durante a manhã, geralmente esbranquiçada por conta do aumento do uso de cloro.

    O comunicado mensal publicado pela ANA (Agência Nacional de Águas) em conjunto com o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) voltou a reduzir o volume máximo de água que a Sabesp pode retirar do sistema Cantareira. O limite, que era de 24,8 metros cúbicos por segundo, caiu para 22,4 metros cúbicos por segundo.

    SOBRETAXA

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou na quarta-feira (30) que a Arsesp, agência estadual de saneamento básico, aprovou o pedido de sua gestão para sobretaxar quem aumentar seu consumo de água na Grande SP.

    De acordo com Alckmin, pré-candidato às eleições para o governo do Estado em outubro, o assunto agora será analisado pela Procuradoria do Estado, que deverá emitir parecer nos próximos dias.

    Segundo o secretário Arce, a sobretaxa de 30% na conta de água vai valer a partir de junho para quem gastar qualquer gota a mais em relação à média mensal de consumo de 2013.

    O secretário admite que São Paulo não conseguiu, nos últimos dez anos, diminuir a dependência do sistema Cantareira. O Estado é governado pelo PSDB desde 1995.

    Editoria de Arte/Folhapress

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