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    MST reúne 1.000 em marcha que vai apoiar sem-teto em SP

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    06/05/2014 07h48

    Cerca de 1.000 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), segundo os organizadores, fazem uma passeata em Itapevi (Grande São Paulo) na manhã desta terça-feira. O objetivo do ato, que pretende percorrer cerca de 43 km até São Paulo, é chamar a atenção para reivindicações ligadas à reforma agrária e também à moradia.

    A Polícia Militar ainda não tem uma estimativa de quantos manifestantes aderiram ao protesto. A marcha começou por volta das 7h no ginásio esportivo da cidade.

    A intenção do protesto, que faz parte da Marcha Estadual Pela Reforma Agrária, é seguir até a cidade de Osasco hoje e continuar amanhã até a capital paulista. A liderança do grupo afirma que o trajeto, de cerca de 20 km, será feito por dentro das cidades de Jandira, Carapicuiba e Barueri, sem afetar o tráfego de veículos nas rodovias.

    A manifestação faz parte da Semana Nacional de Lutas e deve se integrar amanhã em São Paulo ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que ocupou um terreno de cerca de 150 mil metros quadrados no Parque do Carmo (zona leste) no último sábado.

    O espaço de 150 mil m2 abriga cerca de 1.500 famílias e foi batizado de "Copa do Povo". O acampamento fica a menos de 3 km do estádio que sediará a abertura da Copa do Mundo. O grupo reivindica o espaço para moradias populares.

    O prefeito Fernando Haddad (PT) admitiu ontem regularizar o terreno particular ocupado. A declaração ocorre pouco mais de um mês depois de ele prometer regularizar outra invasão, conhecida como Nova Palestina, na zona sul da capital, onde vivem cerca de 8.000 famílias.

    O coordenador do MST na Grande São Paulo Luciano Carvalho, 39, disse que o grupo estuda uma manifestação em conjunto com o MTST. "Estamos estudando quais ações seriam mais significativas para ambos os grupos em São Paulo. A nossa luta é a mesma, contra a soberania da terra por poucos grupos, sem cumprir uma função social", disse.

    Para ele, a proximidade da Copa do Mundo e das eleições cria uma "efervescência" da luta de classes. "O grande vencedor desta Copa são as grandes corporações da iniciativa privada. Enquanto estádios caríssimos são construídos, diversos setores sociais ficam estacionados", afirmou Carvalho.

    O coordenador disse que a escolha por fazer a caminhada por dentro dos bairros ocorre para aproximar o diálogo com a população.

    Às 8h10, a marcha chegou ao município de Jandira, também na Grande São Paulo. O grupo manifestantes parou em frente ao gabinete da Prefeitura de Jandira.

    Os manifestantes reivindicaram a reforma de uma comunidade no município. Eles alegam que a verba destinada para obras de infra-estrutura e a construção de uma escola foi liberada em 2009, mas nada foi feito.

    Uma comissão de sem-terra foi recebida pelo prefeito Gê (PV).

    O prefeito aceitou fazer uma reunião com representantes do grupo amanhã.

    Às 10h, a marcha chegou em Barueri.

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