• Cotidiano

    Saturday, 18-May-2024 00:50:34 -03

    Câmara investiga suspeita de superfaturamento do serviço 156

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    08/05/2014 02h00

    A Câmara Municipal investiga a suspeita de superfaturamento em contratos com a empresa responsável pelo 156, serviço de atendimento da cidade de São Paulo.

    Uma comissão, criada pelos vereadores e presidida por Adilson Amadeu (PTB), abriu a investigação devido a uma série de reajustes no valor do contrato com a empresa Call Tecnologia e Serviços, responsável pela central telefônica do 156. A abertura da investigação foi noticiada pela revista "Veja".

    Editoria de arte/Folhapress

    O 156 é o serviço telefônico da prefeitura que recebe solicitações de serviços feitas pela população, como poda de árvores, itinerários de ônibus, reclamações, agendamento de consultas médicas e inclusão em programas sociais, entre outros.

    De acordo com dados da própria prefeitura, os valores já pagos pelo serviço passaram de R$ 27,8 milhões, em 2010, na gestão de Gilberto Kassab (na época do DEM, hoje do PSD), para R$ 80,4 milhões, em 2013, na administração Fernando Haddad (PT). A variação é de 189%.

    Neste ano, já foram gastos R$ 21,8 milhões até abril -o valor previsto até o fim do ano é de R$ 60 milhões.

    As gestões Haddad e Kassab, assim como a empresa, atribuem os aumentos ao acréscimo de serviços.
    A Call Tecnologia e Serviços pertence a José Celso Gontijo, que em 2009 foi flagrado entregando dinheiro ao operador do mensalão do DEM, Durval Barbosa.

    VISTORIA

    Ontem, a comissão de vereadores fez uma vistoria na sede da empresa, na Mooca, zona leste. No local, dos 720 pontos de atendimento telefônico, 345 estavam inoperantes, sem funcionários.

    Os vereadores foram informados, porém, que o contrato é por hora de funcionamento e que a prefeitura só paga pelos atendentes que estão trabalhando -que variam conforme a demanda de cada um dos quatro turnos.

    Segundo a comissão, até 2005 a empresa Atento fazia o serviço por valor menor.

    Ainda de acordo com os vereadores, a Call Tecnologia assumiu a partir de 2006 cobrando o dobro do valor.

    O vereador Adilson Amadeu afirma que pediu o contrato atual à prefeitura para verificar se os valores praticados são os de mercado.

    "Pelos elementos que temos até agora, estamos vendo que a gordura desse contrato é grandiosa", disse Amadeu. Para ele, já há "graves indícios" de superfaturamento nas contas.

    Danilo Verpa/Folhapress
    Sede da Call Tecnologia e Serviços, responsável pelo atendimento telefônico do 156 de São Paulo
    Sede da Call Tecnologia e Serviços, responsável pelo atendimento telefônico do 156 de São Paulo

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024