Sem-teto e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) montaram quatro frentes de protestos em São Paulo na manhã desta quinta-feira (8). Na região de Interlagos, na zona sul, cerca de 400 sem-teto bloqueiam o cruzamento das avenidas Rio Bonito e Berna.
A expectativa é que a marcha se una a uma outra manifestação que está prevista para ocorrer em frente à estação Berrini, da CPTM, na zona sul da cidade. Na estação Butantã do metrô, na zona oeste, ao menos 500 pessoas se reúnem para protestar por moradias.
Na praça do Ciclista, na avenida Paulista, um ato por casas populares concentra a presença de cerca de 200 pessoas. Os organizadores mantém em sigilo as estratégias que serão tomadas em todos os atos.
Segundo Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), um outro grupo caminha pela avenida Corifeu de Azevedo Marques com destino ao metrô Butantã.
A ação coordenada coincide com a vinda a presidente Dilma Rousseff (PT) à São Paulo. Ela deve participar de cerimônia à tarde no estádio do Itaquerão, onde será realizada a abertura da Copa do Mundo no dia 12 de junho.
O estádio fica a 4 km, em linha reta, da mais nova ocupação do MTST batizada de Copa do Povo. Cerca de 2.000 famílias sem-teto estão no local, segundo o movimento.
No final da tarde de ontem, a Justiça concedeu pedido de reintegração de posse do terreno, de cerca de 150 mil m2. A retirada das famílias, no entanto, depende de uma definição da Polícia Militar.
O MTST pretende recorrer da decisão. "Em caso de tentativa de despejo forçado pela Polícia haverá resistência organizada. Esperamos que o Estado tenha o bom senso de não repetir erros passados. Não queremos outro Massacre do Pinheirinho. Nem que a imagem da Copa do Mundo no Brasil seja definitivamente marcada por um conflito violento e massacre de trabalhadores sem-teto."