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    Justiça marca audiência e adia reintegração de terreno em Itaquera

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    08/05/2014 19h15

    A Justiça marcou para o próximo dia 23 uma audiência de conciliação entre sem-teto e os donos da área invadida perto do estádio Itaquerão, na zona leste. Também foi adiada a reintegração de posse que poderia ocorrer a partir desta sexta-feira (9).

    Em decisão de ontem, o juiz Celso Maziteli Neto havia determinado a reintegração da área onde está a invasão "Copa do Povo". O magistrado atendia a um pedido feito pela proprietária da área, a Viver Incorporadora e Construtora (ex-Inpar), e determinou que a área fosse desocupada em 48 horas.

    Na tarde desta quinta-feira, porém, o mesmo juiz aceitou um pedido do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) para a audiência e adiou a retirada das cerca de 2.000 famílias que ocupam a área de 150 mil m². Agora, a eventual reintegração só deve ocorrer após esta audiência.

    Hoje, a presidente Dilma Rousseff recebeu lideranças do MTST em São Paulo após uma série de protestos por moradia na capital paulista. Algumas pessoas chegaram a invadir empreiteiras que fazem obras da Copa do Mundo durante passeata.

    Segundo o líder sem-teto, Guilherme Boulos, na reunião, Dilma se comprometeu a analisar a situação do terreno onde está a ocupação "Copa do Povo" e a possibilidade de transformá-lo em moradia popular.

    Também esteve presente na reunião o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Segundo Boulos, Haddad também se comprometeu a estudar a desapropriação do terreno, próximo ao estádio do Itaquerão. A ideia é que o governo federal arque com o custo da desapropriação.

    Considerado área rural, o terreno onde está a invasão Copa do Povo não paga IPTU, conforme a Folha mostrou na última quarta-feira. Paga apenas o ITR (imposto Territorial Rural), que é um tributo federal.

    Neste ano, a construtora Viver (ex-Inpar) comprou a área por R$ 5,2 milhões. Segundo a última avaliação do terreno registrada no cartório de imóveis, em 2013, o terreno já custaria R$ 22 milhões.

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