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    Três pessoas são presas no RS sob suspeita de adulteração de leite

    DHIEGO MAIA
    DE SÃO PAULO

    08/05/2014 19h25

    Dois empresários da indústria de laticínios do Rio Grande do Sul foram presos nesta quinta-feira (8) sob suspeita de comercializarem leite adulterado.

    Ércio Klein, diretor da Pavlat, e Sérgio Seewald, da Hollmann, foram presos, respectivamente, nas cidades de Paverama e Imigrante, onde estão sediadas as indústrias de beneficiamento do leite.

    Um terceiro suspeito, identificado como Jonatas Krombauer, também foi preso. Ele é funcionário da Hollmann.

    Foram cumpridos ainda 15 mandados de busca e apreensão nas duas indústrias investigadas.

    A ação faz parte de uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado há um ano para desarticular esquemas de fraudes na comercialização do leite na região Sul do país.

    De acordo com a Promotoria, os três tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e estão detidos no presídio de Lajeado.

    Segundo o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, que comanda a investigação, os suspeitos tiveram o sigilo telefônico quebrado por autorização da Justiça. Durante oito meses, o Ministério Público mapeou o funcionamento das supostas fraudes.

    "Eles sempre pediam aos funcionários para acrescentarem soda cáustica e água no leite. Mas essa adição não deveria ser registrada nas fichas", diz o promotor.

    A investigação também colheu 91 amostras do leite produzidas pelas duas indústrias desde o ano passado e, após análises clínicas, constatou-se que o leite apresentava sinais de inconformidades em sua composição.

    "Os exames mostraram que a composição do leite estava modificada, fora do padrão. Mas não conseguimos detectar qual foi a substância acrescentada que causou a alteração", afirmou o promotor.

    Porém, em um cruzamento de dados com a Receita Federal, a Promotoria diz ter reunido "milhares de notas fiscais da aquisição de produtos como ureia, peróxido de hidrogênio, cloreto de sódio e soda cáustica" que eram supostamente utilizados pelas duas indústrias.

    As indústrias investigadas estão sob intervenção do Ministério da Agricultura, por tempo indeterminado.

    A comercialização de leite e derivados só será liberada após testes que confirmem que o produto não está contaminado.

    OUTRO LADO

    Por meio da assessoria de imprensa, a Pavlat informou que só irá se pronunciar quando for notificada oficialmente sobre a denúncia do Ministério Público.

    A reportagem não localizou nenhum representante da Hollmann para comentar o caso.

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