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    Rio de Janeiro

    Em dia de greve, Rio diz que 10% da frota de ônibus circula na cidade

    LUCAS VETTORAZZO
    OSNI ALVES
    DO RIO

    13/05/2014 08h44

    Motoristas e cobradores dissidentes do sindicato da categoria da cidade iniciaram uma paralisação de 48 horas a partir das 0h desta terça-feira (13).

    De acordo com a secretaria municipal de transportes do Rio, apenas 10% da frota de ônibus está circulando.

    A Folha circulou com duas equipes por locais importantes da cidade e verificou garagens cheias, poucos ônibus na rua (apenas linhas intermunicipais rodando) e pontos de ônibus lotados, assim como estações de metrô e trem.

    Devido ao aumento da quantidade de carros de passeio nas ruas, o trânsito na cidade é intenso, principalmente na Avenida Brasil, na pista em direção ao Centro.

    A secretaria municipal liberou as faixas exclusivas para ônibus, chamadas BRS (Bus Rapid System), para a circulação de carros na cidade.

    CLIMA

    Diferentemente da paralisação da semana passada, em que foram registrados piquetes violentos e depredações de mais de 400 ônibus, o que se viu no final da madrugada e início da manhã desta terça foi um clima mais tranquilo.

    Há relatos, contudo, de ao menos 10 ônibus depredados da Viação Jabour, cuja garagem fica em Campo Grande. A empresa confirmou o ocorrido, mas não especificou em que locais ocorreram as depredações.

    Dois grevistas foram detidos por policiais militares após quebrarem a chave de um ônibus na ignição, para impedir sua circulação.

    Também na zona oeste, o BRT Transoeste, ônibus articulado que liga Campo Grande à Varra, opera, segundo a secretaria municipal de transporte, com apenas 25% da capacidade. Vans saem lotadas da região.

    PIQUETES

    A reportagem esteve ainda em quatro garagens de empresas no centro e na zona norte –São Silvestre, Real, Nossa Senhora de Lourdes e City Rio. Todas lotadas de ônibus.

    Na Real, uma das maiores empresas do setor na cidade, um grupo de 20 rodoviários estava posicionado na porta da garagem. Localizada às margens da avenida Brasil, o local foi palco de conflitos na semana passada. Na ocasião, rodoviários fecharam umas das faixas sentido centro, dando um nó no trânsito.

    Nesta manhã, de acordo com os próprios trabalhadores, mais motoristas e cobradores aderiram à greve, o que reduziu a necessidade de piquetes na porta das garagens.

    O clima no local era de tranquilidade, ainda que seis viaturas policiais, duas das quais dos Batalhão de Choque, estavam de prontidão.

    Na garagem da São Silvestre, que fica atrás da Central do Brasil, apenas cinco rodoviários estavam posicionados. Nas garagens restantes, não havia funcionários na porta.

    Houve relatos de conflitos na garagem da empresa Alpha, no Engenho Novo, zona norte, por volta de 4h desta quinta.

    De acordo com rodoviários, pelo menos 30 ônibus deixaram a garagem durante a madrugada. Grevistas teriam sentado no meio da rua para impedir que os carros saíssem. A Polícia Militar, segundo relato dos rodoviários, usou spray de pimenta para dispersar os grevistas. Não há informações de feridos e detidos.

    Uma decisão proferida pelo plantão judiciário do Tribunal de Justiça determinou que quatro líderes do movimento dissidente do sindicato dos rodoviários não poderão promover e incitar a greve, bem como ficar próximo às garagens das empresas filiado à Rio Ônibus, o sindicato patronal do transporte coletivo da cidade.

    A decisão, portanto, não declara a chamada ilegalidade ou abusividade da greve. Cabe à Justiça do Trabalho fazê-lo ou não. A Justiça comum, no entanto, estipulou aos líderes da greve multa de R$ 10 mil para que, descumprir a decisão.

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