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    Maior julgamento de SC tem 80 condenados por onda de atentados

    JEFERSON BERTOLINI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

    13/05/2014 10h33

    A Justiça em Santa Catarina condenou 80 pessoas pelas ondas de violência urbana que atingiram o Estado em novembro de 2012 e fevereiro de 2013.

    Nos dois casos, a Polícia Militar registrou 182 ataques em 54 cidades, a maioria contra ônibus e instalações do governo.

    A sentença foi anunciada na noite desta segunda-feira (12) pela juíza Jussara Schittler dos Santos Wandscheer, da 3ª Vara Criminal de Blumenau (a 129 km de Florianópolis), onde o processo foi instaurado.

    De acordo com a Promotoria, a maioria dos condenados têm ligação com o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), facção criminosa que surgiu nas prisões do Estado em 2003.

    A sentença mostra que as maiores penas, de 19 anos de prisão, foram aplicadas a suspeitos de comandar a facção. Todos os condenados podem recorrer, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça.

    Ao todo, 83 pessoas foram julgadas pelos atentados. Entre as três consideradas inocentes estão duas advogadas suspeitas de intermediar contato entre criminosos presos e aqueles em liberdade.

    O julgamento do grupo começou em setembro do ano passado em um tribunal improvisado dentro da penitenciária de Itajaí (a 78 km de Florianópolis), onde está a maioria dos presos.

    Segundo o TJ, em número de réus, foi o maior julgamento já realizado em Santa Catarina.

    O governo Raimundo Colombo (PSD) considera a condenação uma "resposta dura" do Estado ao crime organizado.

    O delegado Akira Sato, que presidiu o inquérito, disse estar satisfeito com as condenações.

    "Este foi o maior inquérito da Polícia Civil em Santa Catarina. Foi também a maior investigação que já fizemos", disse.

    AGRESSÕES

    De acordo com a Polícia Civil, as duas ondas de violência começaram depois de presos serem agredidos nas prisões.

    Na tentativa de conter os ataques, o governo do Estado afastou agentes prisionais, melhorou a infraestrutura de presídios e penitenciárias e intermediou a revisão de processos de 17 mil presos.

    A primeira onda de violência foi registrada entre 12 a 18 de novembro de 2012. Foram 68 ataques em 17 cidades, segundo a PM.

    A segunda foi entre 30 de janeiro e 4 de março de 2013, com 114 episódios em 37 cidades.

    No ano passado, os ataques terminaram depois de o Ministério da Justiça enviar tropas da Força Nacional de Segurança Pública e de o Estado transferir 40 presos a presídios federais.

    O promotor Flávio Duarte de Souza, responsável pelas denúncias, não pôde atender às ligações da Folha para comentar o assunto. Eles está em férias até semana que vem.

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