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    Para Haddad, 'cercadinho' na cracolândia ainda será compreendido

    DE SÃO PAULO

    14/05/2014 13h29

    O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quarta-feira que a decisão de colocar um "cercadinho" na região da cracolândia no centro de São Paulo é uma medida que ainda será entendida pela população.

    "Nós organizamos o território para que não haja obstrução. As pessoas têm o direito de transitar. As vezes quando você toma uma medida causa uma reação até as pessoas compreenderem", disse o prefeito, que apontou ser uma medida que depende de um "pacto" com as pessoas que frequentam a área.

    Na tarde de ontem, um cercado de metal foi erguido na esquina da alameda Cleveland e da rua Helvetia. A ideia, segundo o prefeito, era organizar o fluxo de pessoas que passam por ali, pois moradores têm reclamado da presença dos usuários obstruindo as ruas, principalmente a alameda Dino Bueno.

    De acordo com Haddad, a prefeitura está aberta a novas sugestões. "Quando verificarem que é para melhor [a medida] vão acolher a sugestão. Agora, se houver uma outra proposta estaremos abertos. Tudo ali está sendo pactuado", disse o prefeito.

    As grades foram colocadas por volta das 16h de ontem ao redor do calçadão. Cerca de uma hora depois, viaturas começaram a levar pacificamente o grupo que estava concentrado na alameda Dino Bueno para a área do "cercadinho".

    Indignados com as grades, os usuários resolveram ocupar a tenda Braços Abertos, localizada na rua Helvetia. A tenda é base do programa homônimo da prefeitura, que oferece trabalho, moradia, alimentação e tratamento na cracolândia.

    Segundo usuários ouvidos pela Folha, ela foi ocupada como uma alternativa ao início de um confronto com a Guarda Civil Metropolitana. De acordo com Haddad, a medida vai continuar, mas o cercado não vai privar a liberdade dos usuários. "Nem pode [fechar o cercado], isto seria até ilegal. As pessoas têm o direito de ir e vir", afirmou o prefeito.

    No fim da manhã desta quarta-feira, os usuários de droga da cracolândia passaram a ocupar o "cercadinho" montado pela prefeitura. A mudança de local foi feita de forma pacífica e sem interferência da guarda civil ou da polícia, depois de uma reunião com interlocutores da prefeitura na região.

    O clima entre os usuários que estavam dentro do "cercadinho" permanecia tranquilo até o início desta tarde. Enquanto o consumo e a venda do crack ocorria ali dentro, funcionários da prefeitura lavavam as ruas com caminhões pipa.

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